David J. Phillips
Autodenominação: Nukini.
Outros Nomes: Nukuini, Nuquini (DAI/AMTB 2010).
População: 600 (DAI/AMTB 2010), 622 (FUNASA 2010).
Localização: Acre: A maioria vivem na T. I. outros no município de Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Rio Branco:
Terra Indígena Nukini, AC, de 27.263 ha entre os igarapé Republicana – rio Moa a igarapé Timbaúba, contígua com o Parqu Nacional da Serra do Divisor, homologada e registrada no CRI e SPU com 553 Nukini (Iglesias e Aquino 2005).
Parque Nacional da Serra do Divisor, AC, foi criada em 1989 com 846.633 ha localizado na fronteira do Brasil com o Peru, no noroeste do Estado do Acre. Os Nikini estão reivindicando uma porção do parque para a T. I.
Língua: Nukini, Nuquini, Nukuine da família linguística Pano e português. Poucos falam a língua materna, usam português por três gerações (SIL).
História: O alto rio Juruá, o leste do Peru e o noroeste da Bolívia, era o território dos povos pano e aruak antes da vinda dos europeus. O termo ‘pano’ é pejorativo que vem de panobu que significa ‘os chorões’. Suas autodenominações usam o sufixo –nama ou -nauá ou -bo e falam línguas semelhante dos 27 línguas da família linguística Pano. Também possuem semelhanças de cultura. No começo do século XIX comerciantes subiram o rio Juruá para trocar bens industrializados por produtos silvestres como salsaparrilha, a copaíba, o pirarucu, a carne de caça, peles de animais, os ovos de tartaruga, a castanha do pará e a baunilha. Muitos dos índios eram escravizados não somente na coleta florestal mas levados rio abaixo para as plantações ou o serviço domestico nos centro urbanos.
Os europeus alcançaram o atual Acre nos meados do século XIX. Os Nikini eram chamados ‘Remo’ ou ‘Rhemus’ e no mapa etnohistórico de Nimuendajú, de 1944, os Nukini e os Remo são como dois povos distintos mas próximos. Os rio Juruá e Purus tinham muitos seringais de Hevea brasiliensis e o Acre, sendo transferido da Bolívia em 1904, e sofreu uma grande invasão de seringueiros e por 1920 tinha uma população 90.000 com diversas povoações nas margens dos rios, e os índios decimados ou escravizado nos seringais. Os seringueiros mataram ou roubaram as mulheres e as crianças. Caucheiros peruvianos usavam uma banda de Kaxinawá ‘civilizados’ para guardar e matar 60 Yaminawa, que tentaram escapar. Muitos dos povos pano se desintegraram espalhados na mata, e incapazes de manter suas roças. O SPI encontrou uma remanescente miserável dos Nukini e os Nawa que ocupava as colinas, onde é a cidade de Cruzeiro do Sul tiveram apenas um Nawa sobrevivente (Hemming 2003.57-59). Os Nukini permaneceram no rio Moa durante o século XX, e tiveram reconhecimento de suas terras na década 80, que foi homologada em dezembro 1991.
Estilo da Vida: O meio ambiente da Terra Indígena consiste de floresta densa e aberta, e é banhada no meio pelo igarapé Meia Dúzia, por o Igarapé República e o rio Moa no lado sudoeste e em parte pelo Igarapé Timbaúba no lado nordeste. As casas são de uma família nuclear, construídas dos produtos da floresta. As famílias Nukini estão distribuídas ao longo do rio Moa e dos igarapés Timbaúba, Meia Dúzia, República com população aproximadamente de 750 pessoas entre adultos e crianças
Sociedade: Os Nikini possuem uma organização clânica com as clãs patrilineares: Inubakëvu, “gente da onça pintada”, Panabakëvu, “gente do Açaí”, Itsãbakëvu, “gente do Patoá”, ou Shãnumbakëvu, “gente da cobra”. Mas muitos dos jovens não sabem a qual clã pertencem. Então a descendência é patrilinear, mas depois casamento o casal forma outra família nuclear, e na maioria a residência é uxorilocal.
Artesanato:
Religião: A festa Shãnãndãiã é dançada em trajes e adornos indígenas, com os corpos pintados. Seguem também os rituais da Igreja Católica, as missas são realizadas na igreja católica na T. I. Nikini. Desde 1987 os Nukini começaram a trabalhar com o fortalecimento de nossas medicinas tradicionais, danças, cantos, pinturas, e da espiritualidade ayawaskeira. Resolveram a partir de 2003 trazer para junto do povo o espírito dos ancestrais curadores e guardiões que estavam adormecidos pelo preconceito e medo que nos impuseram por anos de contato com o branco.
Cosmovisão:
Comentário:
Bibliografia:
- CORREIA, Cloude de Souza, 2005, ‘Nukini’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/nukini.
- DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
- HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
- SIL 2014, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com.