David J Phillips
Autodenominação: Zo’é em contraste com Kirahi (brancos) e Apam, Tapyýi (inimigos) (Gallios 1997).
Outros Nomes: Poturu, Zo’É, Cuminapanema (DAI/AMTB 2010).
População: 240 (DAI/AMTB 2010).
Localização: Noroeste do Pará.
A Terra Indígena Zo’é, de 668.565 ha, homologada e registrada no CRI e SPU, com 256 Zo’é (FUNAI 2010).
Língua: Zo’é, outros nomes: Buré, Poturu, Poturujara, Puturú, Tupí of Cuminapanema (SIL).
História:
A Missão Novas Tribos teve contato com os Wayampi no Amapá e depois com os Zo’é (Hemming 2003.265). A missão já viu as aldeias de um povo desconhecido durante um mapiamento aérea em 1982. Os missionários andaram por vinte dias no mato para encontrar com os índios, deixaram presentes e saíram. Fizeram uma expedição rio acima e estabeleceram um posto chamado Esperança, com uma pista de avião, em1985. Em 5 de novembro de 1987 um grupo da tribo de cem pessoas apareceu em uma colina próxima ao posto. Eram muito tímidos, mas trocaram presentes.
A FUNAI proibiu a missão amontar uma estação em uma das aldeias dos Zo’é, mas os cinco missionários com cinco crianças visitaram nas aldeias, até em 1989 alguns indivíduos mudarem-se para o posto. Em maio de 1989 a televisão brasileira reportou contato com uma nova tribo no sudoeste do Parque Tumucumaque de 133 indivíduos em quatro aldeias no alto rio Cuminapanema, afluente do rio Curuá. Sydeny Possuelo da FUNAI os vacinou, porque alguns índios já morreram durante o contato. Houve atritos entre a FUNAI e a missão e em 1991 os missionários saíram. Uma filme dos Zo’é foi visto pelo Wayampi, e um contato foi organizado e isso demonstrou as vantagens e desvantagens da aculturação (Hemming 2003.406)
Em 2010, noventa e seis Zo’é foram aos Campos Gerais do Erepecuru, uma área de castanhais próxima à cidade de Orixminá para ‘pegar as coisas dos brancos’. O castanheiro queixou que os índios estavam tomando todo o alimento dos seus trabalhadores. Os índios disseram que vieram para receber os presentes prometidos pelos e missionários. Também missionários indígenas Turuyó levaram um rapaz Zo’é para o Suriname.
O Programa Zo’é (PZO’É) é encarado como uma tentativa de formalização e estruturação da política indigenista oficial voltada para povos indígenas de recente contato. Em 2011 a Presidência da FUNAI trouxe oito líderes para Brasília para pactuar o Programa Zo’é com a agencia indígena. O Programa é de desenvolvimento etnoambiental sustentável para índios de recente contato. Visa a proteção física, cultural e territorial, promoção de direitos e gestão dos seus afazeres. A antropóloga Dominique Gallois, da USP, e a linguista Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, que estudou a língua, estão colaborando no programa.
Estilo da Vida:
Os Zo’é vivem n terra firme entre os rios Cuminapanema e Erepecuru. O terreno é cortado por pequenos igarapés e têm grandes castanhais. As aldeias Zo’é podem abrigar mais de um grupo local, cada um tendo autonomia. Cada casa abriga uma família nuclear ou dois grupos, cada um com sua fogueira. As casas variam de tamanho e construção conforme o local. Próximo as plantações elas têm taparis penas com um teto de palha para suspender sua redes. A alimentação é farinha de mandioca e castanhas do Pará. Eles pescam nos igarapés com timbó.
Até recentemente, abriram as roças com ferramentas de pedra e por isso plantaram as mesmas roças ano após ano. A área próxima das aldeias é escassa de caça. Quando possível os Zo’é viajem grandes distancias para caçar na floresta, onde permanecem por algumas semanas. Na floresta as casas são arrendondas, cobertas de folhas de palmeira, com uma especie de salão verde em volta das bases. sempre com fogueiras no meio.
Os homens ocasionalmente usam um cocar de palha. Os homens usam um corte de cabelo que arrendonda completamente a testa independente do cabelo ser longo ou comprido. Os homens e as mulheres usam um tembetá ou botoque de 15-20 centímetros de comprimento e 2.5 de largura; é chamado ‘m’berpót‘ (Zo’é). As mulheres Zo’é usam um chapéu feito de plumas brancas de aves na parte frontal da cabeça.
Sociedade: Os Zo’é têm uma organização decentralizada. Os costumes de casamento são complexos e é difícil saber quanto esposas ou maridos um indivíduo tem. Algumas mulheres praticam poliandria.
Artesanato: As mulheres fabricam cerâmicas e artigos de trançados. As cascas das castanhas do Pará são usados para formar utensílios e as fibras as redes de dormir.
Religião: A maior cerimônia é Seh’py, chamada por a bebida fermentada consumida durante a festa. Os homens usam uma saia comprida de fibra chamada ‘sy’pi’. Os homens e as mulheres dançam juntos toda a noite com cânticos (Zo’é).
Cosmovisão:
Comentário:
Bibliografia:
- DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos instituto.antropos.com.br
- GALLIOS, Dominique T, 1997, ‘Zo’é’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo pib.socioambiental.org/pt/povo/zoe
- HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
- SIL 2013, Lewis, M. Paul, Gary F Simons, and Charles D Fennig (eds) 2013. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com
- ZO’É, ‘Zo’é’, Survival International, www.survivalinternational.org/tribes/zoe acessado 3 de fevereiro de 2015.