Kampé

David J. Phillips

Autodenominação: Guaratega?

Outros Nomes: Guaratega

População: 50 (DAI/AMTB 2010), 68 (IBGE 2012).

Localização: Rondônia, não Roraima (DAI/AMTB 2010) em duas T. I:

A Terra Indígena Rio Branco, Rondônia, demarcada, homologada e registrada no CRI e na SPU, com uma área de 236.137 ha de floresta amazônica, no município de Alta Floresta do Oeste, RO, com Arikapú, Aru, Djeoromitxi, Canoé, Makurap, Tupari e conforme a FUNAI Kampé, total 679 (FUNAI/JI-Paraná 2008).

A Terra Indígena Cassupá ou Aikanã em Chupinguaia, com 5 ha, reservada e registrada no CRI e na SPU, na beira da rodovia BR 364, na região de Figueiras, Kampé, todo no município de Alta Floresta/RO, e Jiahui/AM, Pirineu de Souza (Casa de Rondon – Vilhena/RO-MT) com 149 Kassupá (SIASI/SESAI 2013).

Língua: Português.

História: Franz Caspar, etnólogo suíço, visitou primeiramente os índios Tupari em 1948 em Guajará Mirim e vivia entre eles por nove meses. Na sua segunda viagem em 1955 ele completou sobre as tradições Tupari mas também fez registros a repeito do idioma e costumes das etnias Makurap, Aruá, Jaboti, Arikapú e Kampé. Ele descobriu as populações destas tribos dizimadas, devido à exploração da borracha. Conflitos com posseiros, doenças e outros problemas resultaram na morte de muitos. Sete pequenas hidroelétricas rio acima no rio Branco faz o rio ser sem água e acaba com o peixe. Betty Mindlin, antropologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, recordou e traduziu narrativas da etnias inclusive dos Kampé (Indiana 27 (2010), 109-123). Em 2015 integrantes do curso de Enfermagem da Faculdade São Paulo realizaram uma visita técnica à T. I. Rio Branco, compreender a saúde indígenas e possibilitar a trocar de informações com a comunidade indígena (FSP 16/04/2015).

Em 2006 representantes da etnias da região de Guajará-Mirim, RO, queixaram a situação caótica em se encontra a assistência de saúde indígena. Em 2007 houve violência contras os índios no município de Guajará Mirim. O assassinato de Maria Helena, uma idosa do povo Guaratega na cidade e mais dois dos povos Puruborá do rio Colorado e Miguelém do rio Manoel Correia em fazendas no município (CIMI).

Depois uma reunião com representantes do Ministério da Educação, Secretaria de Educação de Rondônia e a FUNAI, os caciques e lideranças dos povos indígenas aprovaram a criação de dois territórios etnoeducacional em 11 e 12 de outubro de 2010. O segundo é território etnoeducacional Tupi Tupari pôr povos Aruá, Kanoé, Kampé, Tupari, Jabuti, Macurapi, Diahoi, Sakirabiar, Purubará, Migueleno, Cujubim e Wajuru. O propósito do território para articular diversos órgãos públicos para o atendimento mais uniforme da educação escolar indígena, tendo em vista as peculiaridades de cada povo.

Estilo da Vida:

Sociedade: Há 25 aldeias na Terra Indígena Rio Branco, na Alta Floresta d’Oeste. A maioria das crianças falam português, e poucos jovens conhecem a música étnica. O cacique Isauro Tupari, da aldeia Tucumã, alertou também para o risco da extinção da música indígena na região, haja vista somente alguns cânticos evangélicos serem traduzidos na língua materna. O movimento de mães indígenas decidiram intensificar dentro de casa a fala da língua materna entre as crianças e os jovens. Betty Mindlin pesquisou e traduziu para o português e o inglês diversos mitos (Barbecued Husbands, Londres e Nova Iorque: Verso 2002).

O Projeto Açaí do Estado de Rondônia em 2015 treina 120 alunos para ser professores indígenas de 32 etnias, inclusive dos Kampé.

Artesanato:

Religião e Cosmovisão: Poucas informações.

Bibliografia:

DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –http://instituto.antropos.com.br/

HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.

Noticias, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kampé/

SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com