Juma — Kagwahiva

David J. Phillips

Autodenominação: Chamam-se Kagwahiva (SIL).

Outros Nomes: Yuma (Peggion 2002). Outros nomes da língua: Arara, Kagwahibm, Kagwahiph, Kagwahiv, Kavahiva, Kawahip, Kawaib, Yumá (SIL).

População: 7 (DAI/AMTB 2010).

Localização: Os sobreviventes de um grupo de Kawahiva que migraram do Rio Tapajós para entre os Rios Madeira e Purus.

T. I. Juma (38.351 ha) com 4 Juma (Homologada e registrada) entre os Rios Lábrea e Humaitá ao norte da BR-230, AM.

T. I. Uru-Eu-Wau-Wau, Rondonia (1.867ha) com Amondawa 113, Oro Win 73 e Uru-Eu-Wau-Wau 115 (Homologada e registrada).

Língua: Kagwahiva (DAI/AMTB 2010). Dialetos:: Júma, Amundava, Kayabi, Tenharim, e Karipuna. Juma é quase extinta, cinco falantes, todos casados com Uru-Eu-Wau-Wau. Porções bíblicas produzidas (SIL).

História: Os Juma pertencem aos grupos de povos da família linguística Tupi-Guarani, chamada Kagwahiva. No século XVIII, os Juma tinham provavelmente uma população entre 12 e 15.000. Migraram do Alto Rio Tapajós para o Rio Madeira. Os Juma sempre defenderam seu território e em 1869 mataram um casal extrativista. Eram considerados antropófagos e ferozes e os regionais destruíram uma aldeia juma. Atacaram outro casal em 1959 que revoltou a população de Canutama no Rio Purus. Os homens tentaram exterminar os Juma, mas o delegado da polícia os impediu (Peggion 2002).

Depois massacres sucessivas e as invasões dos seringueiros a população era reduzida a algumas dúzias na década 60. Em 1964 um seringalista, Orlando França, querendo tirar sorva e castanha do Pará do território matou 60 índios. Os sobreviventes fugiram para o igarapé Joari, afluente do Rio Içuã. Nesta altura os missionários do SIL, o casal Abrahamson chegaram e os Juma os ajudaram aprender sua língua. Os Juma viviam na região do Rio Açuã no estado de Amazonas ao norte da BR 230. Foram transferidos para a aldeia Jamary com os Uru-eu-wau-wau em 1998. Em 2002 havia cinco indivíduos, um pai, suas três filhas e uma neta. O último guerreiro jovem foi morto por uma onça.

Estilo da Vida: Entre os Uru-Eu-Wau-Wau os homens caçam, e encontram com animais na estação da seca no locais chupadores para lamber o solo e extrair o sal. A pesca é importante no tempo da seca. Cultivam mandioca, cara e macaxeira.

Sociedade: Os Juma se dividiram em duas metades patrilineares: Mutum e Taravé. O casamento devia ser entre pessoas das metades opostas. Atualmente as filhas sobreviventes têm casadas com indivíduos uru-eu-wau-wau.

Artesanato:

Religião: Pedimos informações.

Cosmovisão:

Comentário: Arne Abrahamson e Wilber Pickering (SIL) tentaram contanto com os Juma em 1963. Bill Woods (Acre Gospel Mission) fez uma segunda viagem com Abrahamson nos Rios Mocuim e Icui e eles encontraram com uma mulher e dois dos seus filhos que ficaram separados em um ataque em um seringal. A família os guiaram por uma trilha para a aldeia, que acharam deserta. Abandando a busca voltaram para achar sua canoa roubada. Os dois fizeram mais viagens no Rio Icui durante 1963. A MAF (Asas de Socorro) usou Canutama como um posto, onde tinha uma igreja e um ministério entre os lepras mantinha por Woods (Maxwell 1997.92). Arne e Joyce Abrahamson construíram uma casa no Rio Icua. Deixaram presentes nas trilhas, inclusive baldes plasticas, que os índios tentaram usar para ferver água sobre uma fogueira, e zangaram contra os missionários quando as baldes derreteram.

Abrahamson e Woods fizeram mais viagens para fazer contato. Os contatos prévios eram hostis e ribeirinhos já foram mortos pelos índios. Encontram uma aldeia queimada com sinais de ameaça com os índios de emboscada, no segundo dia encontraram uma maloca com fogueiras acessas. Uma família apareceu e por sinais indicou que mais índios voltariam mais tarde (Maxwell 1997.125). Em 1967 em um assentimento chamado Iyaya os Juma apareceram e tentaram forçar os ribeirinhos carregar a farinha para a aldeia deles. Abrahamson distraiu os índios com presentes que depois sumiram no mato com a farinha (Maxwell 1997.130).

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
  • HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • MAXWELL, Victor, 1997, Angel on the Amazon, Belfast, UK: Ambassador Productions.
  • PEGGION, Edmundo Antonio, 2002, ‘Juma’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/korubo.
  • SIL 2009, Lewis, M. Paul (ed), Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth Edition. Dallas, Tex: SIL International. Versão on line: www.ethnologue.com.