Kaixana

David J. Phillips

Autodenominação:

Outros Nomes: Caixana

População: 505 (DAI/AMTB 2010), 572 (FUNASA 2010).

Localização: Três Terras Indígenas no Amazonas:

T. I. Mapari– entre o rio Solimões e o rio Japurá, o rio Mapari, afluente da margem direita do rio Japurá forma a limite oeste, perto a cidade de Limoeira, de 157.246 ha., homologada, com 36 Kaixana (FUNAI 2011).

T. I. São Sebastião– dividida pelo rio Solimões perto da cidade de Belo Horizonte, no município de Tonantins, de 61.058 ha. homologada em 1996 e registrada no CRI com 494 Kaixana e Kokama (FUNAI 2011). Aproximadamente 60% são Kaixana (Itacaramby 2009).

T. I. Barreira da Misssão– na margem direita do rio Tefé, 15 km rio abaixo da cidade de Tefé, de 1.772 ha. homologada e registrada no CRI, com 788 Kaixana, Kambeba, Miranha, Ticuna e Witoto (FUNAI 2011).

Língua: Língua Geral e agora Português. Cawishana (Kawishana, Kaishana) era uma língua da família Aruák, provavelmente extinta. Ainda houve alguns falantes nos anos 1950 (SIL).

História: Antigamente os Kaixana ocupavam a terra firme entre o atual município de Tonantins, na margem esquerda do rio Solimões e o Igarapé Coperçu. No século XVII a bacia do Amazonas era dividida entre as ordens dos missionários católicos. O Solimões e o rio Negro eram servido pelos Carmelitas portugueses, mas descendo do Peru eram os jesuítas espanhóis. Entre eles o padre Samuel Fritz da Boemia, que trabalhou entre os Omagua. Estes aceitaram o Cristianismo, mas mais tarde, quando o jesuíta eram enfraquecido pela malária, rebelaram contra seu aceticismo (Hemming 2008.76s). Fritz preparou um mapa dos povos do Solimões que mostrou os Kaixana no rio Tonatins. Fritz conta sobre o ataque dos portugueses com a intenção de estabelecer uma fortaleza na terra dos Kaixana, capturaram os indígenas e mataram outros que resistiram.

Hoje vivem no médio rio Japurá. Foi durante a Segunda Guerra Mundial que os não-índios entraram na sua região à busca da borracha, e os Kaixana abandonaram sua aldeias próximas à confluência do rio Mapari com o Japurá. Os Kaixana fugiram da terra firme para morar na várzea com os Kokama. Os indígenas eram obrigados a trabalhar na escravidão da dívida. Depois a crise no preço da borracha muitos dos Kaixana voltaram para as terras tradicionais, mas sofreram de nova pela penetração de garimpeiros e pescadores comerciais.

Estilo da Vida: A maioria da população Kaixana vivem nos municípios de Tonantins e Santo Antônio do Iça e outros nos municípios de São Paulo de Olivença e Amaturá. As comunidades são Vila Presidente Vargas, São Cristóvão, Espírito Santo, Paraná da Panelas, Bom Futuro, Nossa Senhora de Nazaré, Santa Vitória, São Francisco de Tonantis, Jerusalém e Santa Maria.

Nas três T. I. há outras comunidades:

T. I. Mapari- duas, Caixana de Japurá na margem esquerda do Lago Mapari e a de Mapari na outra margem do lago. Praticam a agricultura da coivara na produção de farinha de mandioca para seu próprio consumo e para trocar no mercado de Japurá. Também pescam, organizando expedições nos rios que são de água preta. A T. I. possui muitas castanhais e coletam castanha do Pará nas meses de maio e junho, é atividade importante para comerciar a castanha. A caça é menos praticada.

T. I. São Sebastião– há cinco comunidades: Nova Jerusalém, Santa Fé e São Sebastião

Mais duas são situadas na confluência dos igarapés Kumã e Coperçu: Novo Kumã e Lago Baixo. O território da T. I. é dividida entre várzea e a terra firma. Cultivam tanto a terra firme com roças de coivara e as áreas inundáveis durante o curto período da seca. Durante a seca eles pescam nos lagos da várzea. Na estação das chuvas os igarapés são cheios para permitir a navegação para terra firme para a caça, usando armas de fogo, para conseguir carnes prediletas como anta, queixadas, veado, macacos guariba e barrigudo, mutum e socó.

T. I. Barreira da Missão: nas sete aldeias os Kaixana são na minoria.

Sociedade: Novos casais moram com os pais por dois ou cinco anos até uma nova roça é criada para marcar sua independência. A casa nova é construída perto da casa da farinha que é o espaço de uso comunitário. As jovens procuram trabalho domestico nas cidades de Tonantins e Manaus enquanto os homens procuram serviço de carpinteiro, pedreiro e marceneiro.

Artesanato: Na T. I. Mapari fabricam de potes de argila mas não na T. I. São Sebastião.

Religião: 20% Cristão, 1% evangélico.

Cosmovisão:

Comentário:

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –http://instituto.antropos.com.br/
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • HEMMING, John, 2008, Tree of Rivers – The Story of the Amazon, London: Thames & Hudson, 2008.
  • ITACARAMBY, Kênia Gonçalves, 2009, ‘Kaixana’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/kaixana/
  • SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com