Tabajara

David J. Phillips

Autodenominação: Tabajara significa ‘senhor da aldeia’ do Tupi-Gaurani taba (aldeia) e jara (senhor).

Outros Nomes:

População: 2.856 (FUNASA 2010).

Localização: Vivem no extremo oeste de Ceará, nos municípios de Crateús (889 indivíduos), Poranga (1175), Quiterianópolis (392), Monsenhor Tabosa (443) e Tamboril (113) e em três Terras Indígenas:

T. I. Mundo Novo/Viração em identificação.

T. I. Governador, MA, de 41.644 ha. travessada pela MA-122, homologada e registrada no CRI e na SPU, com 655 Gavião Pykopjê, Guajajara e Tabajara.

T. I. Tabajara, PB, em identificação.

Língua: Português.

História: Os Tabajara eram um dos povos Tupi que viviam no litoral do nordeste do Brasil. Eram aliados dos Franceses durante a ocupação de São Luís, Maranhão. O nome Tabajara foi mais estabelecido no século XVIII quando os jesuítas instalaram uma missão na serra da Ibiapaba entre os índios, que tinham fugidos lá depois a expulsão dos holandeses. Depois a retirada dos jesuítas estes índios eram espalhados na capitania do Ceará. Durante o Império a extinção dos antigos aldeamentos irão provocar a invisibilização completa da população indígena na província do Ceará. Os Tabajaras sofreram muitas migrações, por constantes conflitos de terras. Os fazendeiros invadiram a serra da Ibiapaba e os Tabajaras tiveram que migrar a periferia da cidade de Crateús.

Dividem-se em sete comunidades. Recentemente, um grupo de quinze famílias dos Lira, migrou para a cidade de Quiterianópolis, onde encontraram melhores condições para viver, de acordo com seus costumes indígenas. Ficaram conhecidos como os Tabajara de Fidélis. Nesta mesma cidade encontram-se mais três comunidades Tabajara: Vila Nova, Croatá e Vila Alegre, todas na área rural. São reconhecidas comunidades nos municípios de Crateús, Quiterianópolis, Ipueiras e Poranga, segundo a FUNASA, somam 2.982 indígenas.

Estilo da Vida: No município de Crateús vivem nas aldeias de Nazário, Vila Vitória, Maratoâ e Altamira. Nazário é 6.000 ha. de terras retomadas em 2004 que ficam na serra da Ibiapaba. As dez famílias que moram lá aguardam a delimitação e demarcação de uma Terra Indígena (Gomes 2007.39).

Em Poranga habitam as aldeias de Jardim das Oliveiras, Jericó, Cajueiro com os Kalabaça, e Calumbi. A comunidade de Cajueiro é resultado da retomada por nove famílias de 4.400 ha. e aguardam a regularização da terra indígena.

Em Quiterianópolis têm quatro aldeias: 15 famílias formam a aldeia de Fidélis, e três mais na zona rural, Croatá, Vila Nova e Alegre. Acharam condições melhor de viver, de acordo com seus costumes indígenas (Gomes 2007.39).

Em Monsenhor Tabosa a aldeia Olho d’água dos Canutos fica quatro km. da cidade com treze famílias em residencia. Em 1973 a família Canuto comprou 74 hectares.

Em Tamboril a comunidade de 25 famílias em Grota Verde fica a 35 km da cidade e sofrem ameaças dos fazendeiros.

Sociedade: Formaram a Associação de Mulheres Indígenas Tabajara e Kalabaça (AMITK) e o Conselho Indígena dos Povos Tabajara e Kalabaça de Poranga (CIPO)

Artesanato:

Religião: Sem informações.

Cosmovisão:

Comentário:

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br/
  • EQUIPE de Edição da Enciclopédia, 2014, ‘Tabajara’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/tabajara/
  • GOMES, Alexandre, et al, 2007, Povos Indígenas do Ceará, Organização, Memória e Luta, Fortaleza: Editora Ribeiros, pag 38-40, www.academia.edu, acessado 8-10-2015.
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.