David J. Phillips
Terra Indígena Vale do Javari (AM) é de 8.544.480 ha junto à fronteira com o Peru e abrange quase toda a extensão e cabeceiras do rio Curuçá e seu afluente o rio Pardo, os rios Ituí, Itaquai e seu afluente o Branco que tem sua foz no rio Javari em Atalaia do Norte, perto de Benjamin Constante, e rio Jandatuba que deságua no rio Solimões. A Terra Indígena consiste das Bacia do Javari, 83.46 % da área e a do Jutaí 16% Floresta Ombrófila Aberta (86.05 %). É coberta na maioria (86%) com floresta ombrófila aberta e terra mais seca e floresta Ombrófila densa que é perenifólia e ciliar com árvores de até 50m de altura. Foi homologada e registrada no CRI e SPU em 2001.
Alem da FUNAI e SESAI nove organizações Indígenas são registradas na T. I. Os indígenas contados da T.I. participam da seguintes organizações: Associação de Apoio a Saúde e Educação no Vale do Javari (ASASEVAJA). Associação de Desenvolvimento Comunitário do Povo Indígena Marubo do Rio Curuçá (ASDEC). Associação dos Kanamary do Vale do Javari (AKAVAJA). Associação Indígena Matis AIMA Associação Marubo de São Sebastião (AMAS). União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (PIB).
Agencias presentes são o CIMI, a JAMI da Convenção Batista Nacional, Missão Novas Tribos do Brasil e Centro de Trabalho Indigenista.
População: É estimado que vivem 3.759 indígenas na Terra (Fonte: Condisi/Javari 2009).
Os povos contatados:
KANAMARI: Veja perfil separado.
Outros nomes:Tukanã, Canamari, Tukana, Tsolohom Diana
População: 1.654 (DAI/AMTB 2010), 647 (SIL 1995), 1,327 (ISA 1999), 1.654 FUNAS 2006), 3.167 (Funasa, 2010) Costa 2006)
Localização: Moram nos rios Itaquai e Jutai e também no Juruá.
Língua: Kanamarí, 1.650 falantes. Dialetos: Tshom-Djapa (Txunhuã-Djapá, Txunhuã Dyapá), Tsohon-Djap, veja em baixo (SIL).
História: Os Kanamari vieram dos rios Juruá e Jutai, mas sofreram ataques dos serigueiros. Na década 40 do século XX fugiram para as áreas mais isoladas do Vale do Javari. Nos anos 50 os seringueiros e madeireiros os seguiram provocando contatos constantes, que resultaram em eles trabalharam com os brancos em escravidão e suas mulheres se casaram com alheios. Em 1998 tiveram contato com os Tsohom-Djapa (ou Tshom-Djapa), que falam um dialeto da sua língua e agora vivem ao seu lado e trabalham para eles (Anonby e Holbrook 2010.6).
Estilo de vida: Têm perdidos muitas das suas práticas tradicionais, mas continuem a caçar e pescar e cultivam suas roças. Envolvem-se nas oportunidades do comércio com os regionais e empregam os Toshon-Djapa nas roças. Alcoolismo é um problema sério (Anonby e Holbrook 2010.7).
KORUBO: Veja Perfil separado.
Outros Nomes: Isolados do Itaquaí, Caceteiros, Isolados do Quixito, Mayá (DAI/AMTB 2010). Korubo significa coberto de areia, de cinza ou de barro para para espantar os mosquitos (Ananda Conde 2008).
População: 500 ou 300 (SIL), mas o grupo em contato soma entre 17 e 25 (Anonby e Holbrook 2010.8), 25 (Conde 2008).
Localização: O grupo contatado tem nove malocas entre o baixo rio Ituí e o baixo rio Itaquaí, Amazonas. Aqueles não em contatos vivem nos afluentes do rio Quixito (Anonby e Holbrook 2010.8). Vivem somente na Terra Indígena Vale do Javari. 25 Korubo foi contatado em 1996 na confluência dos rios Ituí e Itacoaí. O grupo chamado Maya, ou ‘arredios do Quixito’, atualmente encontra-se em isolamento voluntário (Matos 2008).
Língua: Matis. 240 falantes (SIL).
História: Os Korubo são reconhecidos por sua violência e mataram quatro madeireiros. A FUNAI fez primeiro contato em 1996. O grupo contatado é uma parte de um grupo maior de isolados. A FUNAI usa uma embarcação para manter o único contato de vez em quando. Uma enfermeira tem trabalhada entre eles por dois anos (Anonby e Holbrook 2010.8).
Estilo de Vida: Agricultura de coivara de milho, mandioca e outros. Caçam com zarabatana e pescam com redes. Em guerra usam batoques (bordunas) e não arco e flecha. A sociedade tem uma matriarca chamada Maya. Eles têm contato com os Matis, que servem como tradutores para o FUNAI (Anonby e Holbrook 2010.8).
KULINA: Veja o perfil separado.
Outros Nomes: Culina, Madija, Madiiha, Kulina Maidhá (DAI/AMTB 2010)..
População:2.537 (DAI/AMTB 2010).
Localização: Vivem em várias Terras Indígenas (veja Perfil separado). Os Kulina Pano na Terra Indígena Vale do Javari vivem em uma aldeia Pedro Lopes, no meio rio Curuça 70 em 2000, 32 em 2010 e acerca de 40 moram em Tabatinga (AM) (Anonby e Holbrook 2010.9). Quase toda a população dos Kulina Pano vive na aldeia no igarapé Pedro Lopes, tributário do Curuçá. Há outros casados com Matsés que vivem entre eles, nas aldeias Trinta e Um no alto Javari e Nova Esperança no rio Pardo(Matos 2008).
Língua: Kulina (DAI/AMTB 2010).
História: Os Matés mataram muitos dos Kulina Pano em ataque para roubar esposas. Sofrem também por doenças e ataques. Estão perdendo suas cultura e provavelmente não praticam mais sua religião. Estão assimilando a cultura regional (Anonby e Holbrook 2010).
MARUBO: Veja perfil separado.
Outros Nomes:
População: 1.252 (DAI/AMTB 2010) 595 (SIL 1995), 1043 (ISA 2000), 1.705 (Funasa, 2010)
Localização: Nos rio Ituí e Curuçá em quatro aldeias e em Atalaia do Norte (Anonby e Holbrook 2010.10).
Língua: Marubo (DAI/AMTB 2010).
História: Os Marúbo tiveram contato com serigueiros peruvianos no fim do século XIX e tiraram o látex por eles e foram pagos com artigos industriais. Nas décadas 30 e 40 se isolaram quando a borracha acabou e mudaram para o alto rio Curuça. Organizaram-se em clãs e provavelmente eram elementos sobreviventes de diversos povos, que falaram línguas diferentes, decimados na época da borracha. Nos anos 50 procuram contato com os regionais para ter mais ferramenta de aço. Começaram comércio em pele de animais e tiveram contato com madeireiros. São um dos povos maiores e influentes da Terra Indígena do Vale Javari e são envolvidos no Conselho Indígena (CIVJA) que fornece assistência médica. Seus inimigos são os Matsés, mas têm bons relacionamentos com os Matis e jogam futebol com eles e os ajudam nas roças. Em 1952 a Missão Novas Tribos do Brasil começou a trabalhar com os Marúbo. A MNTB tem uma escola e alguns alunos assistem as escolas secundárias em Atalaia e Cruzeiro do Sul (Anonby e Holbrooks 2010.12).
Estilo de Vida: Moram em malocas construídas em cima de uma colina e também construem casinhas ao lado para guardar para os pertences das famílias.Muitas as atividades comerciais com a economia regional cessou com o isolamento da T.I. Vivam pela agricultura de coivara, cultivando milho, mandioca, banana, papaia, goiaba, algodão e tabaco. Pescam com tinguijada e anzol. A sociedade é patrilinear e casamento preferido é com a prima, filha de um irmão da mãe. Praticam curas de pajelança e cerimonias fúnebres (Anonby e Holbrooks 2010.12).
MATIS: Veja o perfil separado.
Autodenominação: mushab (ISA 2008).
Outros nomes: Mushabo, Deshan Mikitbo. Matis é o nome dados pelo não indígenas e a FUNAI e que pode ser confundido com ‘Matsés’. O povo aceita matis (seres humanos) e distinguem entre matis kimo o grupo com quem se identificam e os matis utsi (outra gente).
População: 322 (DAI/AMTB 2010), 390 (Funasa, 2010), 280 (Funasa 2007), 239 (ISA 2000).
Localização: Somente na Terra Indígena Vale do Javari em duas aldeias no meio rio Ituí, nas embocaduras dos Igarapés Beija-Flor e Aurelio.
Língua: Matis, da família linguística Pano (DAI/AMTB 2010). 120 falantes (SIL).
História: No princípio eram confundidos com os Matsés e os Marubo e é difícil saber quando travaram os primeiros contatos com a sociedade nacional A FUNAI estabeleceu contato em 1978, mas uma epidemia de pneumonia reduziu a população de 350 a 87 em 1983 (Anonby e Holbrook 2010.12).
Estilo da Vida: Os Matis moram em duas aldeias com malocas grandes. As estruturas menores em redor são construídas com a plataforma elevada do chão. Têm a reputação de ser os melhores caçadores, usando um zarabatana de 4m. de comprimento e são coletores de frutos da floresta. Praticam agricultura nas suas roças. De vez em quando vendam artesanato em Atalaia do Norte e Letícia. Alguns são empregados pela FUNAI como tradutores, etc. O casamento preferido é com a filha do tio materno. Cessaram de praticar sua religião tradicional quando a população foi reduzida pelas doenças importadas, mas agora estão renovando suas cerimonias (Anonby e Holbrook 2010.12). A MNTB trabalha com este povo.
MATSÉS: Veja o perfil separado.
Outro nomes: Magirona, Majuruna, Maxirona, Maxuruna, Mayiruna, Mayoruna, Mayuzuna (SIL). Antigamente eram conhecidos pelo nome Mayoruna, erradamente (Hemming 2003.538), mas é um termo quéchua usado desde do século XVII pelos colonizadores para se referirem a todos os índios da região.
População:
Peru: 2.000 (SIL), 1.400 (Fleck 2003.21). 1.314 em 14 comunidades (Fleck em Matos 2008), 1.000 (DAI/AMTB 2010).
Brasil:1.000 (SIL), 829 ISA 2000) 800 (Fleck 2003.21). 1.143 (Funasa 2007) em oito comunidades. 1.592 (DAI/AMTB 2010).
As famílias têm muita mobilidade inclusive na travessa da fronteira (Matos 2008).
Localização: Vivem em oito comunidades no rio Homônimo, no igarapé Lobo, e nos rios Curuçá e Pardo. 90 pessoas moram fora da T. I. perto de Pelotão de Fronteira Palmeira do Javari (Matos 2008).
Língua: Matsés (DAI/AMTB 2010). Existe um programa de leitura e o Novo Testamento foi traduzido em Peru e bem usado nas igrejas. A MNTB usa esta matéria no Brasil (Anonby e Holbrook 2010.15).
História: Desde o século XVIII eram conhecidos como resistentes às invasões dos brancos, e até os militares peruviano os atacaram.
Estilo de Vida: A maioria continua a vida tradicional de roça, caçar e pescar. O casamento preferido é com primos cruzados, mas a poligamia é muito comum. No passado tinham uma reputação de roubar esposas dos outros povos. Os melhores caçadores têm prestígio, mas agora é os que falam português ou o espanhol melhor têm mais influencia. No Peru formaram uma associação indígena e têm escolas e suas próprios professores. São mais assimilados à cultura nacional do Peru. Eles vendem carne de caça defumada, galinha, porcos e patos e fruta em Colonia Angamos. Entretanto os Matsés no Brasil não gostam de participar no comércio. O estudo de português é disponível em Cruzeirinho mas os Matsés não tomaram a oportunidade (Anonby e Holbrook 2010.15). No Peru as cerimonias e rituais são descontinuados, mas renovados no Brasil.
Os Grupos não contatados: São estimados ser 2.000 pessoas, de pelo menos 14 etnias em 22 aldeias (Anonby e Holbrook 2010.16). Oficialmente hoje há 77 referências de isolados registradas pela Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) da Diretoria de Proteção Territorial da FUNAI (CGIIRC), sendo 23 confirmadas (Instituto Socioambiental).
ISOLADOS do RIO BBRANCO:
ISOLADOS do CURUÇA:
População: 50 (DAI/AMTB 2010).
ISOLADOS do ITAQUAI (Korubo). O rio Itaquai é afluente do rio Itui que desboca no rio Solimões perto da cidade de Atalaia do norte, AM, e forma a divisa leste do município Toada a sua extensão está dentro a T. I. Vale do Javari. Possivelmente Korubo.
ISOLADOS do JANDIATUBA:
Outro nomes: Capivara, Barbados, Isolados de São José, Flecheiros (DAI/AMTB 2010).
População: 300 (DAI/AMTB 2010). Possivelmente um grupo dos Katukina.
Localização: Entre o alto rio Jandiatuba e o rio Itacuaí, no Igarapé São José, afluente do rio Itacuçi (AM). 2 grupos de 300 (DAI?AMTB 2010).
ISOLADOS do JAQUIRANA-AMBURUS:
ISOLADOS do MÉDIO JAVARI:
ISOLADOS do ALTO JUTAÍ: Possivelmente os TSOHOM-DYAPA que são considerados isolados pela FUNAI (Costa 2010).
Nomes: Tsohom-dyapa ou Tsohonwak-dyapa é da língua Kanamari e significa ‘povo-tucano’. Outras versões: Tukún Djapá e Txuhuân-djapá. Os regionais os chamam de Tucano. A autodenominação pode ser Tukuna (‘gente’). Havia dois povos nas cabeceiras do rio Jutai os Tsohom-dyapa e os Kotya-dyapa (‘povo lontra).
População: 100 em 1981 (Cost 2010). 200 (DAI/AMTB 2010), Tsokom dyapa pib
Localização: Na terra firme entre os rios Jutai e Janiatuba, na T. I. Vale d Javari.
Língua: Falam uma língua da família linguística Katukina, semelhante a dos Kanamari (Costa 2010).
História: Migraram do rio Jutaí para o noroeste e sua posição atual acerca em 1930 (Costa 2010). Conforme os Kanamari existiam tradicionalmente dois povos na bacia do Jutaí: os Tsohom-dyapa e os Kotya-dyapa(‘povo-lontra’). Um conflito interno causou uma divisão em dois grupos, um mudando para a terra firme entre os rios Curuena e o Jutaí e o outro para as cabeceiras do Igarapé Dávi. Durante as décadas 50 e 60 tiveram contatos com seringueiros, que descobriram que um índio falava o português e outros contatos com ribeirinhos eram amistosos. Quando seu líder morreu de gripe o grupo retirou-se para as cabeceiras do igarapé Maloca, afluente na margem esquerda do rio Jutaí. Mais tarde um contato violento resultou na morte de três seringueiros e 120 índios. É difícil acertar quais entre os diversos contatos se esses indígenas são os Tsohom-dyapa (Costa 2010).
Estilo de Vida: Constroem malocas nas margens dos pequenos igarapés e diversas tapiris ao redor. Vivem uma vida nômade.Têm a reputação de ser excelentes caçadores (Costa 2010). Em 1998 tiveram contato com os Kanamari, que fala um dialeto da mesma língua e vivem ao seu lado e trabalham nas roças dos Kanamari (Anonby e Holbrook 2010.6).
ISOLADOS do rio QUIXITO: Possivelmente um grupo dos Korubo.
ISOLADOS do SÃO JOSÉ:
População 300. São diferentes dos Isolados do Jandiatuba. Não se sabe se são o mesmo dos Tsohom-dysapa ou outro grupo que se relaciona com eles.
Localização: No alto curso do Igarapé São José, afluente do rio Itacuaí, Amazonas e um pouco mais a oeste dos Tsohom-dyapa (Costa 2010 citando Melatti: Povos Indígenas no Brasil 5: Javari. São Paulo: CEDI, 1981).
Língua: Do grupo linguístico Pano.
ISOLADOS: A existência de mais um grupo foi confirmada por satélite e depois durante um sobrevoo realizado pela FUNAI em abril 2011, com apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI). A expedição aérea avistou três clareiras com quatro grandes malocas no total. Segundo o coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabricio Amorim, ‘a roça, bem como as malocas, são novas, datadas de no máximo um ano. O estado das palhas usadas na construção, e a plantação de milho confirmam isso. Além do milho, havia banana e uma vegetação rasteira que parecia ser amendoim, entre outras culturas’. As observações preliminares apontam que esse grupo pode pertencer à família linguística Pano e consiste de 200 pessoas. (Funai – http://www.funai.gov.br/ultimas/ noticias/1_semestre_2011/junho/un2010_05.html ).
Isolados: O Vale do Javari tem a maior concentração de povos indígenas isolados. Há pelo menos dezenove grupos. Vinte dois malocas foram vistos por pesquisa aérea em 2005 e vinte seis em 2010 . A FUNAI conhece a localização deste grupos (Anonby e Holbrook 2010.16).
No rio Jandiatuba vivem doze grupos isolados. Grupos desconhecidos viagem pela T.I. por trilhos escondidos entre Ereunepé no rio Juruá e Atalaia, leste da T. I. na área do rio Jandiatuba e o encontros com outros índios pode ser violento (Anonby e Holbrook 2010.17).
Existem dois grupos chamados Flecheiros, um a oeste do rio Quixito e Sydeny Possuelo tentou contatar este grupo. O outro grupo de Flecheiros vive na área do Kanamari, na margem direita do rio Juruá (Anonby e Holbrook 2010.17).
O grupo de isolados vive perto do Marúbo no alto rio Ituí. Os Marúbo descore evidencia dele perto das sua aldeias (Anonby e Holbrook 2010.17).
O grupo de isolados perto do rio Ituí e a policia avisa viajantes não amarrar seus barcos perto de Coari. Os isolados dão a impressão de ser amistosos até pessoas chegam perto. Então pegam os barcos e matam as pessoas por pauladas e roubam suas pertences. Preferem porretes e não arco de flechas (Anonby e Holbrook 2010.17).
INFORMAÇÕES sobre a TERRA INDÍGENA
Localização: A Terra Indígena do Vale do Javari AM 8.544.480 ha. situada no Estado de Amazonas na fronteira com Peru que é formada pelo rio Javari / Yavari e é cortada do oeste a leste, pelas cabeceiras dos rios Curuça com seu afluente o rio Pardo, Quixito, Ituí, Itaqui com afluente maior o rio Branco, o rio Jandiatúba e o extrema cabeceiras do rio Jutai. Fica nos municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Jutai e São Paulo de Olivença.
História: O rio Javari foi definido ser a fronteira entre o Peru e o Brasil em 1750. Uma expedição para descobrir as cabeceiras do rio em 1866 foi atacada primeiro pelos Kapanawa (Acre). Uma outra tentativa em 1874 encontrou dificuldades remando contra a correnteza e avistou os índios à espreita nas margens; recuando rio abaixo a expedição foi atacada por uma fileira de Matsés (chamados Mayoruna na época). Os brancos abriram fogo e mataram alguns e os outros fugiram (Hemming 1987.290). Houve muitas batalhas entre seringueiros e os índios que desconhecidas. O norte-americano, Lange, descreve um ataque entre Matsés e caucheros peruvianos no alto rio Ituí. Os índios atacaram em três fases, primeiro com zarabatana, depois com flecha carregadas com veneno e finalmente com porretes. Uma dúzia de Matsés mataram vinte peruvianos (Hemming 1987.296).
Depois do primeiro círculo da borracha, acerca de 1915, muitos dos índios na área do rio Javari continuaram nas florestas como caçadores colectores, mas Kenneth Grubb, fazendo uma pesquisa para o Missão Coração de Amazônia (hoje M. Amem e MICEB) em 1927, descobriu que os Kulina, do baixo rio Javari, e os Korubo do alto Jataí, os Marawa do baixo Jataí foram completamente aculturados (Hemming 2003.58). Os Matsés migraram do lado peruano do rio Javari para Brasil, para escaparem os brancos e à procura de caça melhor, mas só descobertos por um reconhecimento aérea pela SIL em 1968 (Hemming 2003.538).
Os Marubo viviam isolados na cabeceiras do Javari e seus afluentes os Curuçá, Arrojo e Ituí. São muito hábeis com confeccionadores de cerâmica e cesteira. Foram contatos em 1960 pela SIL e MNTB que estabeleceram bons relacionamentos com o povo, dando assistência médica e ajudando os índios adaptar ao mundo de fora (Hemming 2003.539). A população cresceu em cima de 400. Eram muito trabalhador vendendo madeira e látex. A FUNAI em entrou na área nos anos 70 e tentou terminar os contatos comerciais. Os Marubo protestaram e também brocaram uma pista para os aviões dos missionários pousar para que seus líderes pudessem viajar e participar das associações indígenas (Hemming 2003.539).
Contato com os Matsés e a analise linguística pela SIL começou em 1968 (Hemming 2003.538). Alguns dos Matsés começaram a vender madeira e látex comercialmente em Benjamim Constant, com a ajuda da FUNAI do Posto Lobo. Este povo transformou sua vidas com produtos industriais. Médicos de São Paulo ajudaram a FUNAI vacinar os índios contra sarampo, etc. em 1978. Nos anos 80 madeireiros estavam tirando madeira do Javari enquanto os Tikuna fizeram campanha para a demarcação da Terra. Em 1988, os índios reunidos perto de Benjamim Constant, foram atacados por ‘civilizados’. 14 Ticuna foram mortos e 23 feridos e ninguém foi punido, mas duas Terras para os Ticuna eram demarcadas em 1996 (Hemming 2003.533). A T. I. Vale do Javari foi homologada em 2001 (PIB)
Bibliografia:
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DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010-Etnia Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
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