David J. Phillips
Autodenominação: Ahé que significa ‘gente verdadeira’.
Outros Nomes: Karipuna de Guaporé, Caripuna, Karipuna, Ahé, Ah’e, Caripuna, Jau-Navo, Juanauo, Kagwahiva (SIL). Não possui qualquer vínculo com a tribo Karipuna no estado do Amapá (Azanha e Leão 2005).
População: 21 (DAI/AMTB 2010), 21, 10 falantes da língua (SIL-Crevels 2007), 28 (FUNASA 2010).
Localização: RO, nas margens dos rios Aru, Jamery, Urupa, Cabecciras, Candeias, e Jaciparana. Terra Indígena Karipuna, Rondônia, no municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, de 152.930 ha entre a leste o rio Jaci Paraná e Igarapé Fortaleza, rio São Francisco e rio Mutumparaná a oeste, homologada e registrada no CRI e na SPU, com 31 Karipuna de Rondônia (IBGE 2010).
Língua: Parintintin da família linguística Tupi-Guarani, dialetos: Jacaria, Pama (Pamana). Compreendem com facilidade as línguas dos Uru-Eu-Wau-Wau, Amondawa, Tenharim, Parintintin e os Sateré (Azanha e Leão 2005). Classificado como Karipuna 10 falantes, também usam Tenharim (SIL)
História: Antigamente os Ahé ocupavam as terras do rio Mutum-Paraná e seus afluentes da margem esquerda, igarapé Contra e rio São Francisco ao norte e os rios Capivari, Formoso e Jacy-Paraná ao sul e leste. Eles mudaram para a bacia do rio Jacy-Paraná no início do século XIX. O ciclo da borracha no princípio do século XX, com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, causaram a invasão de muitos não indígenas nas terras tradicionais dos Ahé. O ‘barão’ de borracha, Nicolás Suárez penetrou muito do interior e um dos seus irmão foi morto pelos Karipuna, que ele castigou brutalmente. Os sobreviventes foram empregados por outros seringalistas, que viviam como fosse uma republica independente da Bolívia e do Brasil e também usavam indígenas bolivianos para coletar o látex. O resto dos Karipuna eram curiosos para ganhar roupa e outros artigos dos brancos e eram pacífico, mas a maioria dos Karipuna fugiu (Hemming 1987.265).
Sofreram dos conflitos e doenças, mas um grupo conseguiu sobreviver até o contato de atração feito pela FUNAI na década 70 que causou mais mortes por epidemias. Em 1981 foi constituído um Grupo de Trabalho para demarcar a Terra Indígena, mas em 1988 começaram as invasões no sul do território por 184 colonos a partir da rodovia BR-421. A Terra foi homologada em 1998.
Estilo da Vida: A aldeia Panorama dos Karipuna fica na margem do rio Jaci-Paraná. As casas são construídas de madeira e cobertas de palha. A T. I. providencia caça e peixe abundantes, alem de possuir pés de castanha, borracha, e diversas frutas para a coleta. Perto da aldeia, descendo pelo rio Jacy-Paraná, existam treze lagoas permanentes farta em pescado de pirarucu, surubim e tucunaré, e jacarés e tartarugas e tracajás. Tradicionalmente todos os Karipuna tinham no milho a sua principal fonte de alimentação, mas hoje é superado pela mandioca. Alguma parte da farinha e do milho produzido é vendido fora. Castanha do Pará é também coletada para vender. Cinco índios receberam renda de fora em 2005.
Sociedade: São divididos em duas malocas, o de Jacaré’humaj e o de Tokwa. Mas enquanto dois homens conhecem conhecem a língua e a mitologia seus filhos não entendem a língua.
Artesanato: Confeccionam cestos e abanicos
Religião: Não há xamã mas duas pessoas conhecem os ‘remédios do mato’. Mas ainda acreditam que a alma dos mortos que consegue alcançar o céu, ainda que o espirito, anhãgá, consome o coração da pessoa. O céu oferece uma vida semelhante a da terra, as almas caçam e pescam mas usam somente arco e flecha (Azanha e Leão 2005).
Cosmovisão:
Comentário:
Bibliografia:
- AZANHA, Gilberto, LEÃO, Maria Auxiliadora Cruz de Sá, 2005, ‘Karipuna de Rondônia’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/karipuna-de-rondonia/
- DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br/
- HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
- SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com