David J. Phillips
Autodenominação: Os Kalapalo usam o termo kuge que refere a eles mesmos ou os povos do alto Xingu, distinguidos de todos os outros povos (Bassos 1973.9).
Outros Nomes: O nome ‘Kalapalo’ significa ‘povo da aldeia Aifa’, uma aldeia antiga abandonada no princípio do século XX (Bassos 1973.4). Apalakiri, Apalaquiri, Cuicuti, Guicurú, Kururo (SIL).
População: Os Kalapalo são um de três povos caribe. 504 (DAI/AMTB 2010). 110 em 1968 (Bassos 1973.4). Em 2002 a Universidade Federal de São Paulo calculou a população ser 417 (Costa 2008).
Localização: Parque Indígena Xingu (PIX), MT, de 2.642.004 ha nas duas margens do rio Xingu e seus formadores, a primeira Terra Indígena, homologada em 1961 por Presidente Jânio Quadros e registrada no CRI e SPU com uma população de 5.982 indígenas de 16 etnias. Os Kalpalo vivem em duas comunidades: Aiha (‘acabado’ ou ‘pronto’) a sudeste do rio Kuluene, e Tanguro nas margens do mesmo rio, afluente do rio Kuluene. Alguns moram nos Postos Indígenas de Vigilância Tanguro e Kuluene (Costa 2008).
Língua: Kuikúro – Kalapalo, falantes 870: 470 Kuikúro e 417 Kalapalo (SIL). É da família linguística Caribe, que inclui seus vizinhos Kuikuru e Migïyapei, com as quais são inteligíveis (Basso 2002).
História: Os ancestrais caribe dos Kalapalo saíram das Guianas depois 1750, mas atualmente eles não mantêm aspectos da cultura caribe (Costas 2008). Quando migraram-se para as cabeceiras do rio Xingu, os Kalapalo eram cercados por povos mais agressivos que eles chamavam inikogo. O primeiro europeu para viajar na região do alto Xingu foi von den Steinen em 1884; ele desceu o rio Batovi, afluente do Xingu, e assim conheceu o alto Xingu. A Comissão Rondon visitou os Kalapalo no rio Culene em 1920. Eles eram acusados da morte do Coronel Fawcett, do seu filho e um companheiro, que sumiram no Alto Xingu em 1925 (Hemming 2003.79-80). Foi somente na década 40 do século XX que contato com os índios foi realizado, quando a expedição de irmãos Villas Bôas os alcançaram. Eles aprenderam uma versão da morte de Fawcett, que os Kalapalo o mataram porque ele mostrou arrogância para com eles e bateu num dos seus filhos. Hoje em dia eles negam esta versão (Hemming 2003.83). Em 1946 os Villas Bôas começaram a viver com os Kalapalo e outros do alto Xingu; este tempo resultou na formação do Parque Indígena do Xingu (Hemming 2003.134). Em 1961 com relutância os Kalapalo se mudaram das suas aldeias nas margens do rio Kulene para ficassem no Parque (Costa 2008).
Estilo da Vida: Em contrastecom os Xavante, Kayapo, etc. que eram mais caçadores coletores, os Kalapalo são agricultores e pescadores. O território é a zona entre a floresta densa ao norte e ao oeste e o cerrado ao sul. O cerrado é cortado por rios com mata de galeria, igapó e lagoas e braços mortos. Estas margens dos rios fornecem oportunidades de caçar aves, macacos e pescar. Alem da mata ciliar há o ‘campo sujo’ com arvores baixas, que ainda pode ser inundado na época da chuva (Basso 1973).
As aldeias estão no cerrado que os índios ‘limpa’ do capim com fogo, porém o solo é pobre para a cultivação. Cada aldeia têm seu território no qual os moradores têm direitos exclusivos aos recursos para roçar, pescar e colher frutos e outras materiais. A aldeia é de forma circular de casas ovaladas em redor de um pátio; quase no meio é uma casina (kuakutu) para guardar as trombetas e outras instrumentas, usadas pelos homens nas cerimônias. Em frente da kuakutu é um tronco onde os homens se sentem para passar o tempo. Por causa da kuakutu o pátio é considerado o domínio dos homens. As trilhas que dão acesso à aldeia são alinhadas com pés de pequi (Basso 1973.48).
A casa da família é exclusiva aos membros da família e alheios devem ficar do lado de fora para visitar e conversar e dá uma razão para sua visita (Bassos 1973.48). Também suas roças é uma área privada à família. Outras áreas são para adolescentes e outras pessoas que estão de resguarda. Nas áreas públicas é o costume de se cumprimentar e perguntar sobre os afazeres do outro (Bassos 1973.45s). A posição das casas no círculo da aldeia não tem significação social e são construídas com ajuda de todos os homens da aldeia, mas o telhado de yucca é feito pelos homens da família. As casas são renovadas seis em seis anos (Basso 1973.49). A fogueira das casas para a preparação da comida está atrás perto da entrada dos fundos. Os Kalapalo são preocupados com a limpeza da preparação da comida, da casa e de mesmos em banhar (Bassos 1973.3).
O interior da casa é divido em três com espaços para arramar as redes nas extremidades e um jirau (ogo) no meio para guardar a farinha, cestos, armas, etc. Na estação da seca, quando as noites podem ser frias, fogos estão acesos dentro das casa em baixo das redes. A divisão da casa Karapalo pelo jirau reflete o ideal de ter duas famílias nucleares morando juntos, porém na realidade diversos parentes moram em uma casa. Compartilhar os recursos e participar juntos das tarefas é a expectativa para expressar a unidade da casa. Por exemplo cada um dos homens da casa mantêm uma roça e as mulheres cooperam para preparar a mandioca das roças de todos os homens da casa (Basso 1973.53).
Os roçados estão brocados nas secções de mata alta da terra firme para cultivar a mandioca (Basso 1973.28). Acerca de abril todos os homens preparam as novas roças, derrubando as arvores pequenas e deixam os paus maiores em pé tirando a casca em redor do tronco para secar. A fibra das casca é usada de lenha para as fogueiras domésticas. A estação da seca é entre maio e setembro e começa com a colheita da mandioca seguida pela coivara e plantação da manivas em agosto. Vinte três tipos de mandioca são plantadas. Os Kalapalo guardam as roças limpas de outras plantas, e podem manter as mesmas roças produtivas por dois anos. A massa raspada da mandioca é espremida sobre um cumatá, o tipiti não é usado. Diversos produtos são extraídos na mandioca (Basso 1973.33).
O pequi (Cayocar brasilensis) é plantado entre a mandioca; o fruto é o produto segundo em importância. As plantações são herdadas pelos descendentes masculinos de quem as plantou. A fruta é guardada em cestos grandes em baixo da água de um igarapé por um ano até a massa começa a fermentar. É usada para produzir um óleo repelante de insetos, uma geleia e as sementes para comer e uma polpa fermentada para as cerimônias (Basso 1973.35). O milho é cultivado por alguns e é importante para a comunidade na época de maior escassez, durante as chuvas em janeiro e fevereiro. Os alimentos brasileiros, como banana, lima, laranjas e tomate, são comidos mas não plantados pelos Kalapalo.
A pesca é boa porque a água é baixa e clara, especialmente na estação seca e os ovos das tracajá e tartarugas são colhidos das praias dos rios. Os Kalapalo conhecem mais que oitenta especies de peixe, onde se acham e como pescá-las; usam arco e flecha, anzóis, matapi (utu) e cacuri. As redes de pesca são tomadas emprestadas dos funcionários do Parque. Não usam isca de coisas que eles mesmos não comem, como verme ou insetos (Basso 1973.37). A tinguijada é usada no começo da estação da chuva.
Por causa dos tabus de comer a maioria dos animais da terra (nene) a caça não muito importante para os Kalapalo, mas para escapar o tédio durante o tempo das chuvas os homens caçam bugio (Alouatta guariba) ou macaco-prego (Cebus apella ou capuchino).
O fim das secas é marcada com visitas entre as aldeias antes de começar as chuvas em setembro. As frutas cultivadas ou bravas são coletadas no tempo da chuva. É a estação de depender da comida agasalhada pois os rios cheios não facilitam a pesca e o povo pode passar por necessidade (Basso 1973.29).
Artesanato: Tecem as redes de buriti e algodão. A cultivação do algodão é a responsabilidade dos homens, mas as mulheres fiam o algodão que os homens usam de faixas em redor dos braços e das pernas. Usam urucu (Bixa orellana) para a pintura corporal nas festas e em ocasiões de fartura (Basso 1973.36). Fabricam sal de aguapé (jacinto-de-água) dos igapós, que são secados no sol e depois queimados e o sal é extraído das cinzas. As aldeias da sociedade do alto Xingu se especializam em fabricar certos artigos, as dos Kalapalo produz cintos e colares de caracóis (Basso 1973.37, 57). São peritos de fabricar estes artigos e o valor é conforme o tempo gasto em fazer que pode ser seis ou oito meses (Hemming 2003.75).
Sociedade: Apesar das diferencias de língua as sociedades do alto Xingu têm semelhanças de cultura e cerimônia ritual, e relacionamentos de comércio, e até uma certa conformidade de roupa, etc. (Basso 2002.3). A formação de unidades sociais Kalapalo é muito flexível e pode depender das relações pessoais ou compartilham da comida etc, mesmo com aqueles que não podem contribuir, fora das considerações de clã ou descendência (Costa 2008).
Os Kalapalo consideram a paz com todos e a aceitação das opiniões dos outros, a cortesia, a generosidade e a hospedagem ser caraterísticos essenciais. Eles evitam a expressão de raiva ou agressão. A generosidade é o ideal, especialmente em troca, mas é praticada conforme um sistema de relações prévias e convenções. É evidencia de ser parte da sociedade, porém as pessoas de fora destas relações podem ser exploradas (Bassos 1973.5, 13).
Pessoas que nasceram na aldeia são aceitas como membros da comunidade, sem considerar a parentela. Na casa ou família os membros compartilham de toda a comida, e é a maneira de expressar sua unidade (Basso 1973.43, 53). As emissões do corpo são poluentes e podem enfraquecer ou fazer a pessoa doente (Basso 1973.64). Uma mulher grávida faz uma nova rede para substituir a velha que é usada no parto. Dando à luz é uma ocasião pública para todas as mulheres da aldeia. Depois a mãe e a criança ficam de resguarda, e seu compartimento familial na casa é separado por um pari. Se os pais não dão comida suficiente os Kalapalo pensam que a criança vai fugir embora na mata e ser devorada pelas onças. Toda criança recebe dois grupos de nomes do pai e da mãe (Basso 1973.65, 81).
Os filhos adolescentes dos Kalapalo estão afastados da vida pública da aldeia para aprenderem fazer as atividades dos adultos e ‘crescer bonito’, que envolve as pernas e os braços sendo raspados com dentes de peixe. As meninas aprendem fiar, tecer e fazer redes. Os meninos fazem flechas, enfeites de caracóis e adornos de penas. Este tempo da vida dura três anos para as meninas e cinco para os meninos (Basso 1973.72).
O bom comportamento (ifutisu) de generosidade, cooperação e a compartilhação dos bens é praticado especialmente nos grupos de parentela (otomo) baseada na casa, que é formada pelas relações de pai – filho, que incluem os irmãos e primos. A filiação é permanente durante a vida. Os filhos, mesmo de amantes, são declarados pelos pais, e reconhecidos pela aldeia como tal, e assim parte do otomo (Basso 1973.76). Estes otomo são organizados em cinco gerações. Irmãos se tratam como amigos, compartilham seus bens e ajudam uns aos outros quando um é doente. Observam um tabu de certas comidas para encorajar a recuperação de doenças (Basso 1973.84). Membros de um otomo podem ser separados em locações diferentes por motivo de acusações de feitiçaria, etc.
O casamento é por amor do casal, ou por arranjo entre os otomo dos casais. No último caso pode ser uma troca de irmãos entre duas famílias, entre casas ou entre gerações (Basso 1973.90). A cerimônia de casamento é muita pública, e envolve a doação de presentes do otomo do noivo para cada membro do otomo da noiva, e depois ela amarra a rede dele na casa do pai dela (Basso 1973.99). O divorcio é possível, mas é contra os conceitos de ifutisu. Pessoas se casam de novo depois da morte do cônjuge.
A liderança da aldeia é pelos homens dos grupos de parentela (otomo), mas alguns deles quando tiver necessidade, teriam o prestígio de liderar a aldeia, por exemplo aqueles com muita parentela, ou são especialistas ou patrocinadores de cerimônias, ou pajés e anetaw. Os anetaw são mediadores em conflitos entre casas ou otomo e em relações com as outras aldeias e por isso devem ser exemplos do bom comportamento (ifutisu). Outra obrigação deles é organizar a distribuição de comidas das festas. O filho ou a filha mais velho de um anetaw herda a posição, mas as mulheres são menos ativas no papel. Decisões sobre a comunidade são feitas pelos anetaw em consultar todos os adultos e depois declaram a conclusão (Basso 1973. 132). Os lideres patrocinam as cerimônias e a sua esposa fornecer uma grande quantidade de beiju e piqui antes que os homens cooperem no projeto dele. A maioria das cerimônias têm a ver com os relacionamentos entre os lideres e os moradores da aldeia e não têm significação religiosa (Basso 1973.110).
Religião: As instrumentas cerimoniais, como as trombetas de madeira pertencem à aldeia e são guardas pelos homens na kuatutu no meio do pátio, e não devem ser vistas pelas mulheres sob pena de ser estrupadas. Pessoas curadas pela música das trompetas são responsáveis por anunciar as cerimônias e manter a kuatutu. Elas também plantam roças de mandioca para ‘pagar’ pelas cerimônias, e no dias de festa as mulheres colhem as raízes e voltam de pressa para se esconder atras as casas para preparar a farinha e não ver as trombetas tocados no pátio (Bassos 1973.21, 60).
As cascas secas de piqui formam chocalhas nas tornozeleiras usadas pelos homens nas festas. Os homens pescam e colhem piqui a fim de suprir a comida para a festa (Bassos 1973.35).
O ritual de ipone é quando os meninos têm suas orelhas furadas, isso dura dias e envolve visitas de outras aldeias que dançam e comem peixe. Os meninos estão enfeitados com colares e cintos de carocais; os pajés sopram o fumo de tabaco sobre as orelhas (Basso 1973.65-70). Os adolescentes recebem instruções sobre as cerimônias, e indivíduos tornam-se especialistas em uma ou mais cerimônias, para organizar, participar e encorajar os outros participar (Basso 1973.113).
Os indivíduos que são especialistas de cerimônias podem ser pajés (fuati), e cada casa deve ter um pajé. Eles têm o poder de confrontar os monstros (itseke). Os pajés cultivam o tabaco para fazer curas, mas não conhecem alucinógenos. Os Kalapalo crêem que doenças são causadas por kwifi (dardos invisíveis) atirados no corpo pelos itseke. A cura é por soprar o fumo sobre o doente, chupa no membro afligido e estes são representado por pedaços de osso, etc. na boca. No caso de uma doença mais séria acreditam que a sombra do doente foi roubada pelos monstros e a cura envolve toda a comunidade. Todos os fuati estão na casa sozinhos com o doente, fumam cigarros e chacoalham seus mararás e cantam para atrair os itseke. Em transe um dos pajé enxerga os monstros ou um dos mortos que prediz se o doente morresse ou não. Depois ele conta aos outros o que viu. A família volta para a casa e aguardam os resultados. O pajé é pago pelo serviço com afeites, colares, flechas, etc. (Basso 1973.114s).
Toda a comunidade se participa no ritual dos mortos. O corpo do defunto é lavado e enfeitado, pintado com urucu e colocado em uma rede e coberto com uma esteira. A cova está cavada no meio do pátio. Os parentes abraçam o corpo pela última vez e o morto enterrado. Crê-se as sombras dos vivos abraçam a sombra do morto. Durante a noite a sombra ou alma do morto visita a sua casa para comer. No dia seguinte os parentes atiram flechas no ar em cima do sepulcro significando a viagem o morto para a aldeia dos mortos. O ritual termina quando os parentes são lavados com água no pátio (Bassos 1973. 57).
Os humanos são enterrados com a cabeça dada para o leste e viagem para uma aldeia celeste no leste. As aves de estimação para sua aldeia são enterrado com a cabeça para o oeste e vão para um lugar no oeste. Depois de resistir as tentações de desviar para uma aldeia de sombras, o morto têm que atravessar uma pinguela, auxiliado pela sombra de um parente. Ao chegar na aldeia o morto é apresentado à Sakunfenu, a deusa de quem toda a humanidade saiu, e bebe do único seio dela. Ele é fechado em seclusão para se fortalecer e têm relações sexuais com a deusa (Basso 1973.21, 58). Os mortos cantam e dançam em cerimônias sem trabalhar para a mandioca que é suprida.
Cosmovisão: Os Kalapalo usam os mesmos termos para descrever as caraterísticas, fisiológicas, psicológicas e relações sociais dos humanos e os animais. Os animais são também descritos conforme uma relação de pai-filho como a pertence a uma pessoa. Os animais de estimação e coisas que pertencem à pessoa são diferenciados dos outros aninais (ago) ou partes da natureza.
Existem monstros (itseke) que fazem o mal por lançar dardos no corpo ou capturar o a sombra da pessoa. Podem ser vistos pelos vivos; eles podem transformar seu tamanho e sua aparência, que é feia ou monstruosa. Alguns têm a forma humana mas mas não se comportam naturalmente. Doenças menores são atribuídas à atividade dos monstros (Basso 1973.22).
Os mitos contam a história de gêmeos Taugi ou Giti (sol) e Awiukuma ou Nune (lua). São filhos da onça preta Nitsuegi, e nasceram logo após da morte de sua mãe, morta pela sua sogra. Taugi, o Sol, conseguiu um exército nato da sua tia, que matou a sogra. O resultado foi a diferenciação entre a humanidade: os Kuge que receberam o arco e flecha, inikogo, os índios bravos foram dados tacapes e os kagaifa os não-indígenas receberam espingardas e facas de aço. Quando eles começaram a guerrear e os animais de Nitsuegi tentaram fugir, a Lua mandou os índios bravos os atacar. O Nitsuegi conseguiu escapar por levantar o céu e ele ainda está visto ali. Também o mito é interpretado como a origem da pacificidade dos Kalapalo (Basso 1973.12).
Todos os seres vivos (ago) são classificados conforme os que são comidos, os que ninguém come e outros que são difícil classificar. Também são classificados conforme certas caraterísticas que diferenciam uma categoria das outras. A categoria kuge (humanos) já é divida em três conforme o mito. Os animais são divididos em cinco categorias: cobras, formigas, criaturas da água, aves que são subdividas em cinco, e nene (criaturas da terra) que também são divididas em cinco. A excepção é as criaturas que parecidas com humanos, isto é os macacos que são tabu para comer. As criaturas da água, peixe e tartarugas, são comidas prediletas. Entre as aves aquelas que ‘andam na terra’ podem ser comida, mas não as que se movem na água (como cisne ou grou). Os animais que podem ser comidos também podem ser sob um tabu conforme a situação, durante a adolescência por considerado de inibir o crescimento (Basso 1973.15s).
Comentário: Conforme a Bíblia os monstros não eram criados por Deus; todos os homens como a imagem de Deus, os representantes do Criador, terão domínio sobre a terra e as outras criaturas (Gen. 1:28) por obedecer a Deus (Gen. 2:16; 3:1-3, 17). A serpente indica que os animais possam rebelar e precisam ser dominados em nome de Deus e mantidos na ordem da sua criação. Os espíritos maus ou imundos, reconhecem a presencia de Jesus e rendem (Mat. 8:29; Atos 16:17; 19:15) e por Ele, como a imagem de Deus original e reconstruída, os homens têm domínio sobre estes (Col. 1:16-17). O evangelho liberta o receio e prepara o homem para comunhão com o Criador.
Bibliografia:
- BASSO, Ellen B., 1973, The Kalapalo Indians of Central Brazil, Case Studies in Cultural Anthropoogy, Stanford University, New York: Holt, Rinehart and Winston, INC,
- BASSO, Ellen, 2002, ‘Kalapalo’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/kalapalo
- COSTA, Luiz, 2008, ‘Kanamari’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/kanamari
- DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
- HEMMING, John, 1987, Amazon Frontier-The Defeat of the Brazilian Indians, London: Pan Macmillan.
- HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
- SIL 2009, Lewis, M. Paul (ed), Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth Edition. Dallas, Tex: SIL International. Versão on line: www.ethnologue.com