Tapuya-Kariri

David J. Phillips

Autodenominação: Tapuya é o nome que, na época de colonização, refere às etnias que falavam línguas Je. É derogativo significando ‘alheios’, ‘bárbaros’ ou ‘inimigos’ no interior em contraste com as etnias Tupi, que habitavam as florestas do litoral.

Outros Nomes: Tapuya – Kariri.

População: 298.

Localização: Ceará (DAI/AMTB 2010). Terra Indígena Mundo Novo/Viração em identificação, no Sitio Carnaúba II, São Benedito, CE. O território indígena, objeto de reivindicação pela Associação Indígena Tapuya Karirí está localizado em terras de ambas as jurisdições do município de São Benedito e no município de Carnaubal.

Língua: Português

História: Quando os holandeses invadiram o nordeste do Brasil eles recrutaram guerreiros dos Potiguara e Tabajara, divisões locais dos Tupinamba. Estes Tupi informaram os holandeses dos nômades bravos, chamados Tupuya, distribuídos sobre um grande território no interior. Os holandeses conheciam os Tarairiu, que viviam nas montanhas e campos do Rio Grande do Norte. O documento do título do Território dos Tapuba Karirí de 1888 foi achado.

Estilo da Vida: Houve em 2008, o III Encontro dos Índios Kariri, na Aldeia Carnaúba, em São Benedito, Ceará. Os Kariri da comunidade em Crato, no sul do estado, consiste cerca de 50 famílias. Uma índia, Rose Kariri, residente em São Paulo, visitou a região no Ceará a procura de familiares. Suas investigações resultaram no autorreconhecimento da comunidade de ser indígena Kariri no município de Crato. Ela nasceu na aldeia Carnaúba e ouviu muita história dos Kariri dos seus pais. As duas comunidades mantêm contato. A comunidade da Aldeia Carnaúba experimentou problemas de reconhecimento como indígenas no seu município, mas com tempo o povo os aceitaram.

Em 2013 realizou o lançamento do Fascículo No. 9 Indígenas Tapuya Karirí, Ceará, para narrar as lutas para concretizar a titulação do território. Muito da terra é plantada com cana-de-açúcar pelos fazendeiros. Eles vivem da agricultura, mas não trabalham somente para sua subsistência,pois poucas terras lhes restam, eles trabalham para alguns latifundiários. Segundo o Pajé, hoje eles não podem mais viver de caça e pesca, pois a vegetação já foi quase toda retirada. Os índios são permitidos a plantar apenas pequenas parcelas de terra e 50% do produto é dado ao fazendeiro posseiro como ‘aluguel’. O rio que travessava do território é seco por a água é desviada para as plantações do fazendeiro. Carros com alto falantes vêm a noite para perturbar os indígenas para que perecem seu sono.

Sociedade: Em 2014, 180 representantes da etnias Tapeba de Caucaia, Pitaguary e Tapuya-Kariri do município de São Benedito e Tabajara de Poranga ocuparam a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará. A ocupação foi motivada por conta do atual cenário de calamidade pelo que vive a saúde indígena no estado. Também foram na Assembleia Legislativa para confirmar a realização de uma audiência pública para discutir a questão das Terras Indígenas no Estado, especialmente a falta de assistência de saúde. O município de São Benedito produz rosas e morangos.

Artesanato: Sem informações.

Religião: Observam o Toré e outros rituais.

Cosmovisão: Mistura de conceitos cristãos e indígenas.

Comentário:

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –http://instituto.antropos.com.br/
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com