Karapotó

David J. Phillips

Autodenominação:

Outros Nomes: Koropati, Karapató, Carapotó,

População: 2.189 (DAI/AMTB2010).

Localização: Alagoas, na Reserva Indígena Karapotó, de 1.810 ha, reservada e registrada no CRI, entre a rodovia BR 101 e o riacho Boacica, com 1.088 Karaotó (SIASI/SESAI 2013).

Língua: Português.

História: Serigy, cacique dos Karapotó na época da colonização portuguesa, se destacou por ter comandado uma forte milícia indígena contra os invasores portugueses, por mais de 30 anos. Foi aliado dos franceses contra os portugueses. O nome do estado, Sergipe, advêm do seu nome e a capital, Aracaju, era sua aldeia até a conquista portuguesa em 1590. O nome Sergipe é uma palavra Tupi-Guarani, significa ‘rio da caranguejo’.

Entre os outros povos indígenas do Baixo São Francisco os Karapotó eram evangelizados pelas jesuítas. Sofreram dizimação pelos bandeirantes no século XVI. A invasão dos criadores de gado sofreram outros massacres para perder suas terras. Depois os sobreviventes eram transferidos as missões em Pacatuba, Colégio, Águas Belas e Vila de Penedo. Outros eram designados para cuidar do gado da igreja em Boa Cica. Com a expulsão dos jesuítas por ordem de Pombal, as fazendas da igreja foram leiloadas e vendidas aos colonizadores. A população dos Karapotó foi dispersa na região e negando sua identidade indígena passaram a trabalhar para os fazendeiros e senhores de engenho. Muitos queriam manter suas tradições foram para Colégio junto aos Kariri. No século XIX os Karapotó se encontravam no município de Porto Real do Colégio. Durante a Republica lutaram pelos seus direitos e conseguiram reaver parte de seu território no Rio Boa Cica e construíram a aldeia Karapotó Plaki-ó (índios on line).

Os Karapotó com Xukuru e Kariri ocuparam a sede da FUNAI em 2011 para protestar o adiamento da demarcação da suas terras. Eles retomaram a fazenda Salobra alegando era deles, pois a comunidade se dividiu em três facções porque terra não era suficiente para a população plantar e alimentar. O povoado Terra Nova, localizada às margens da rodovia, impediram os tráfico na rodovia BR-101 em protestaram por seus direitos em outubro 2015. Por três anos ele protestam a duplicação da BR-101. Agora protestam a votação da PEC 215, que altera as regras para demarcação de terras indígenas.

Estilo da Vida: Os Karapotó vivem na aldeia Karapotó Plaki-ó e no povoado Nova Terra na zona rual do município de São Sebastião a 10 km da cidade. A comunidade possui um ambulatório médico e uma escola, mas faltam médicos no ambulatório. Os indígenas participaram na construção de casas novas pelo Programa Minha Casa Minha Vida. Muitos deles aumentam a renda da comunidade por trabalhar como pedreiros e serventes e ajudaram na construção.

Sociedade: As escolas indígenas entre os povos indígenas em Alagoas falta prédios e matéria apropriados. Na cidade de São Sebastião, região Agreste, o povo Karapotó Terra Nova tem apenas uma unidade de ensino regular para educar suas crianças de acordo com a cultura deles. Não há cadeiras suficientes, o prédio está danificado e os computadores enviados demoraram ter um técnico para os instalarem. O resultado é que os lídres queixam que as 70 crianças que frequentam a escola percam sua cultura. Em 2011 a Associação das Mulheres Karapotó de Plak-ô organizou a visita de Papai Noel dos Correiros para as crianças da aldeia, a primeira vez que as receberam brinquedos. Também os voluntariado Correios fez uma reforma no prédio da escola.

Artesanato:

Religião: Sem informações, mas semelhante aos Kariri.

Cosmovisão:

Comentário:

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br/
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • ÍNDIOS online, http://www.indiosonline.net, acessado 8 de novembro de 2015.