Kariri-Xocó

David J. Phillips

Autodenominação: Usam os nomes Kariri e Xokó, conforme as aspirações de voltar a ilha de São Pedro enfatizam Xokó ou quando é a conquista das terras da Fazenda Modelo, a identidade Kariri se sobrepôs (Mata 1999).

Outros Nomes: Xocó-Kariri, Cariri-Xocó, Cariri- Chocó (DAI/AMTB 2010).

População: 2.500(DAI/AMTB 2010), 2.311 (FUNASA 2009). Estimada em 1999 pela FUNAI de ser 1.500 indivíduos.

Localização: Terra Indígena Kariri-Xokó, de 4.419 ha na margem esquerda do rio São Francisco, no município de Porto Real do Colégio, Alagoas, um quilômetro do centro cidade. Situação jurídica: Declarada.

Língua: Português. Termos desta extinta são preservados nos vocábulos para designar plantas mágicas e medicinais e também no ritual do Ouricuri (Mata 1999).

História: São uma fusão dos sobreviventes de diversas etnias. A origem da cidade Porto Real do Colégio porque a terra foi doada ao Colégio Jesuíta de Recife e duas aldeias foram estabelecidas lá na duas léguas quadras conforme a Lei baseada de 1700. Com a expulsão dos jesuítas as aldeias passaram para outros missionários. A aldeia de Colégio tinha uma população de Aconan, Cropotó, Cariri, Ceococes (certamente plural de Xocó) e Prakió. Foi alegado em 1873 a inexistência de ‘índios de raça primitiva’ as aldeia foram extintas. Em novembro de 1978 eles retomaram posse da Fazenda Modelo que consideram parte de seu território ancestral. Isso provocou a volta à aldeia de muitos parentes dispersos e população cresceu de 728 em 1979 para 1.050 em 1983 (Mata 1999).

Estilo da Vida: A Fazenda Modelo também teve suas lagoas de plantio de arroz, que obedecia ao ciclo de enchente e vazante do rio São Francisco, mas foram afetadas pelos regime da barragem da hidroelétrica Sobradinho. A CODEVASF pretendia usá-las em um programa de piscicultura (1979), mas como a fazenda foi invadida pelos Kriri-Xocó alguns conseguiram inscrever-se como parceleiros numa cooperativa agrícola

Sociedade: Internamente os Kariri-Xocó distinguem entre os ‘membros da aldeia’ que têm tem pai e mãe identificados como Kariri e ou Xocó, e frequenta o Ouricuri, e por isso é conhecedor, e a parte não-índia de um casamento misto que pode vir a ser um caboclo de entrada. O cacique e o pajé são os líderes da aldeia, escolhidos no Ouricuri com um conselho dos velhos. Os Kariri-Xocó participam na sociedade local usando os aspecto de compadrio e clientalimso.

Artesanato: Os homens fabricam tijolos de barro enquanto as mulheres confeccionam cerâmicas, potes, etc.

Religião: São católicos, batizados, casados e enterrados conforme o ritual da igreja. O Ouricuri se constitui de cantos e danças com o consumo do vinho de jurema. O resultado é o transe para ter comunhão com seus ancestrais e seus encantados. Também dançam o Toré em duas formas: o ‘Toré de roupa’ em qualquer festa usando roupas comuns, e o ‘Toré de búzios’ mais ritualizado que evoca o segredo do Ouricuri e usam saiotes de palha e sopram os búzios (Mata 1999).

Cosmovisão:

Comentário: A MNTB ajuda este povo.

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
  • MATA, Vera Lúcia Calheiros, 1999, ‘Kariri-Xokó’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/kariri-xoko.
  • SIL 2013, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2013. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com.