Krejê — Kren yê

David J. Phillips

Autodenominação: Kren yê.

Outros Nomes: Krenye (PIB). Kren-Yê (Balee 1994).Kren Yê, Kreyê, Timbiara, Tage, Crange, Crenge, Crenye, Creye, Krem-Ye, Taze (SIL).

População: 30 (SIL e DAI/AMTB 2010).

Localização: O nome Krenyê também se aplica a dois povos. O primeiro grupo vivia na proximidades da localidade maranhense de Bacabal, no baixo rio Mearim.

O outro grupo vivia no médio Tocantins e transferiu-se para o rio Gurupi, tendo vivido algum tempo junto a um afluente deste, o rio Cajuapara.

Reserva Indígena Krenyê (MA), em identificação.
T. I. Alto Rio Guaná no sudeste do Pará, na margem esquerda do rio Gurupi, em frente à T. I. Alto Turiaçu e estende até a margem direita do rio Guamá 10 km. de Capitão Poço, com 279.897 ha homologada e registrada CRI e SPU com 1.425 Kaápor, Tembé e Guajá e Krenyê?

Língua: TimbiraKreyê. Timbira ou Timbira Oriental, Gê do Norte da família Gê Pano-Carib. A família língua Gê consiste de dois grupos: O central: Xavánte e Xerénte Kaingang e Xakriabá no sul. O segundo grupo é do Gê noroeste que inclui os Kayapó, Apinayé, Panará e Suyá e os cinco Timbira. Os Kreyê pertencem ao grupo Timbira Oriental do sul. Os outros povos falantes de Timbira são os Krikati, Pukobyé (Gavião do Maranhão) e Parkatejê (Gavião do Pará, Timbira do Mãe Maria, Pará). Quase extinta (Kreye – SIL).

História: Os Kreyê ou Krenyê são dos Timbira Orientais. Dos onze povos que existiam antigamente existem hoje: os Kri(n)kati, Gavião do Maranhão (Pykopjê) e Gavião do Pará (Parkatêgo), Apanyekrá e os Krahó e os Canela. Os Kreyê também eram deste grupo de Timbira.

O primeiro grupo: No rio Mearim eram os Kreyê perto de Bacabal. Estes estabeleceram relações pacificas com os brancos, e 87 Krenyê moravam em Leopoldina, no meio rio Grajaú em 1862. Mas sofriam uma epidêmica e depois mudaram para a floresta na margem direita do rio Grajaú, perto de Cajueiro aonde moravam 43 em 1919.

Os Kreyê mudaram do rio Mearim para o Gurupi acerca 1850 e para o rio Pindaré na década 60 e voltaram para Igarapé Jararaca, no Gurupi em1889, perdendo sua população de acerca 150 a 41. Em 1943 sobreviveram apenas 28 e em 1983 viveram só dois casados com brasileiras. A última falante da língua morreu em 1983 (Balée 1994.45).

O segundo grupo: Os Krenyê do Cajuapara moravam perto de Imperatriz, mas depois de ter suas crianças raptada atacaram uma fazenda matando sete pessoas, e fugiram para as cabeceiras do rio Cajuapara, afluente do Gurupi acerca de 1870. Em 1919 a população era 65. Depois a maioria eram transferidos para o Posto Felipe Camarão, na foz do Ig. Jararaca no rio Gurupi.Quando Darcy Ribeiro visitou o Posto em 1949 tinha apenas 23 Timbira, alguns casados com não Timbira. Hoje em dia os Krenyê que vivem na T. I. do Alto Guamá são descendentes do grupo do Ig. Jararaca, entre 800 outros indígenas.

Bibliografia:

  • BALÉE, William, 1994, Footprints in the Forest-Ka’apor Etnobotany, New York: Colombia Univerity Press.
  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
  • ISA – Instituto Socioambiental, São Paulo, www.socioambiental.org.
  • SIL 2009: Lewis, M. Paul (ed.), 2009. Ethnologue: Languages of the World, Sixteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. www.ethnologue.com.