Kawahiva do Rio Pardo

David J. Phillips

Autodenominação:

Outros Nomes: Tupi-Kawahibi, Isolados do Madeirinha (DAI/AMTB 2010). Eram chamados os índios do rio Pardo’.

População: 30 (Survival 2008), 290 (2006).

Localização: Noroeste de MT. Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo entre os rios Roosevelt e Madeirinha, travessada pelo Igarapé Pardo, afluente do rio Roosevelt. De 411.848 ha de floresta ombrófila aberta 48% e densa 52%, travessada pelo Igarapé Água Branca e Igarapé Pardo, nos municípios de Colniza, MT e Nova Aripuanã,AM, no norte na divisiva de Mato Grosso e Amazonas, no leste rio Nipuarã, no oeste rio Guariba. É identificada e aprovada pela FUNAI e subjeita a contestação. Aprovado pelo ministério da Justiça em 2016. A população não é confirmada de isolados do rio Pardo.

Língua: Kawahiva. Num encontro inesperado com um grupo de nove índios, Candor fez um vídeo. A professora Ana Suely Arruda Cabral, perita nas línguas indígenas, do vídeo, demonstrou que falam sua própria versão da língua Kawahiva com palavras como buta, que é lugar para esperar caça,mbutá, que é o andaime onde eles esperam a caça na árvore, tapuim, tem inimigo e atzé, vamos.

História: Os Kawahiva eram conhecidos nos meados do século XVIII, mas possivelmente o grupo existia no século XVII. Não se sabe se estes isolados são descendentes dos Kawahiva. São considerados ser descendentes dos Tupi. Primeiro contato veio pelos madeireiros em 1999. São obrigados a fugir constantemente devido a destruição da floresta por empresas de madeira e de mineração. Os sertanistas da FUNAI descobriu tapiris dos índios, abandonados ainda com estoques de alimento, mel, castanha, esteiras, cipos, flechas e cestos, indicando que os índios fugiram devido as invasões. Uma investigação jurídica abriu para considerar o genocídio dos índios no território. Madeireiros e fazendeiros ameaçam os índios tentando tomar posse do terreno. Foi proibido entrar na terra mas os Tribunais têm cancelado e restaurado a proibição e foi ignorada muitas vezes entre 2001-2007. O Survival International teve evidencia de pistoleiros dos madeireiros procurando os índios para matá-los. Uma investigação federal sobre o possível genocídio dos índios resultou em noventa presos.

O Survival International fez campanha para a FUNAI limitar acesso a território Rio Pardo. Em 2008 a FUNAI estava demarcando a Terra. Um grupo de Kawahiva tem sido monitorado por Jair Candor, funcionário da FUNAI por 17 anos. Em agosto 2013 a FUNAI publicou o vídeo do encontro por Jair Candor com nove índios que conversavam andando na floresta. Eram nus e os homens carregaram arco e flechas. Uma mulher com duas crianças gritou ‘inimigo’ e fugiu. Os Kawahiva podem ser extintos por epidemias e a violência em pouco tempo. É vital que a Terra seja demarcada e homologada.

Estilo da Vida: A Terra é perto da cidade de Colniza, base de muita empresas de madeira. Os Kawahiva são caçadores coletores, e são pouco conhecidos que nunca tiveram contato pacífico com a sociedade nacional. Provavelmente são os sobreviventes que se separaram de um grupo maior devido à violência do invasores. Áreas de capoeira indica que o povo cultivavam roça de mandioca, etc. vivendo uma vida sedentária. Seus vizinhos indígenas os chamam os “Baixinhos” ou “Cabeças vermelhas”. Seus acampamentos consistem de tapiris muito simples de varas e folhas de palmeira. São cercados com uma cerca. Caçam caititu, macaco e aves e pescam nos igarapés. Coletam frutas silvestres. Constroem escadas para trepar nas arvores a procura do mel. Criam aves de estimação em gaiolas.

Sociedade: Sem informações.

Artesanato: Fabricam cestos, redes de dormir, arco e flechas, e usam uma roda de fiação.

Religião: Sem informações.

Cosmovisão:

Comentário: Helen Pease, Canadense do SIL preservou o trabalho de LaVera Betts de um Dicionário da língua Kawahib.

Bibliografia:

  • Diversas notícias, ‘Kawahiva’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. http://pib.socioambiental.org/pt/
  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –http://instituto.antropos.com.br/
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com
  • SURVIVAL International, 2008. www.survivalinternational.org/articles/3394-kawahiva