Mynky – Irantxe

David J Phillips

Autodenominação: Se identificaram de Mynky (Arruda 2003). Manoki.

Veja também Irantxe Manoki.

Outros Nomes: Munku, Menku, Manoki (Arruda 2003). Myky, Münkü,Manoki, Menki, Menky Manoki (DAI/AMTB 2010). Munku, Mynky, Menku, Kenku, Myy (Anonby 2009.4).

População: 102 (FUNASA 2010), 356 (DAI/AMTB 2010), 88 na aldeia mas nem todos são Mynky (Anonby 2009.2).

Localização: Os Mynky vivem às margens do rio Papagaio em duas Terras Indígenas no oeste de Mato Grosso:

  • Terra Indígena Menkü, MT, de 47.094 ha, na margem direita do rio Papagaio, homologada e registrada no CRI e da SPU, com 103 Mynky (FUNAI 2006).
  • TI Menkü (ampliação), de 164.398 ha ao norte, leste e sul da T I. Menkü, identificada e aprovada pela FUNAI e sujeita a contestação, população de conhecida

Língua: Irantxe, a mesma dos Manoki, mas os Mynky, apesar de se casar com outros povos, inclusive os Irantxe Manoki, que falam somente português, os Mynky continuam a falar Irantxe e são analfabetos (Anonby 2009.2). O Ethnologue considera que Irantxe e Myky são da família Arawak, mas Arruda as classifica com isoladas (Anonby 2009.6). A maioria da comunidade são bilíngue (ibid p7). Os não Mynky na comunidade são monolíngue em português (Anonby 2009.8).

História: Antigamente os Irantxe viviam nas margens dos rios Sangue e Cravari. Seu primeiro contato com a sociedade nacional era com os seringueiros do Domingos Pinto acerca de 1900, com os resultado da massacre de uma aldeia Irantxe. Os Myky se separam-se dos Irantxe e foram para o norte, devido aos ataques dos Rikbaktsa e Tapayuna (Anonby 2009.5). Ficaram isolados até 1971, 130 km ao noroeste dos Irantxe. O contato foi feito por jesuítas acompanhados por dois Irantxe, vivem somente 22 indivíduos. Uma área era reservada pelos índios e continuaram a viver seu estilo de vida tradicional (Anonby 2009.5). Em 1971 quando havia notícias da existência do grupo isolado dos Mynky, os Irantxe Manoki reivindicaram novos limites para suas Terras e uma ampliação foi parcialmente feita em 1977. Ampliação foi aprovado pela FUNAI em 2002 de uma área de 206.455 ha, de terras mais preservada com os nascentes dos rio 13 de Maio e dos afluentes do rio São Benedito, e contígua ao leste da a Terra.

Estilo da Vida: O território dos Mynky está no rio Papagaio, em terras cobertas de mato, mas cercadas por fazendas. Há uma só aldeia Mynky 50 km de Brasanorte (Anonby 2009.4). A população é 88 incluindo outros por casamento. No tempo do contato os Mynky viviam em malocas com um número de famílias nucleares tendo seus espácios dentro. Hoje os Mynky moram em casas tipo regional, mas com telhados de palha, com famílias nucleares. Os Mynky continuam a abrir roças grandes e plantar mandioca, milho, feijão, inhame e amendoim. Fazem coleta de frutas e castanhas silvestres. Os Mynky caçam e pescam mas a caça e peixe não são suficiente como antigamente. Também têm uma renda por tirar madeira da floresta (Anonby 2009.5).

Sociedade: Todas as casas na aldeia Mynky têm pelos menos uma pessoa não Mynky, a maioria sendo Irantxe, mas também Rikbaktsa e Terena. Os Irantxe visitam com os Mynky frequentemente, na aldeia e na cidade. O relacionamentos são amistosos e os Irantxe respeitam os Mynky por preservar a língua e os costumes (Anonby 2009.7). A aldeia Mynky tem uma escola. Uma teste por Anonby demonstrou que os alunos não pode ler ou escrever sua língua ou português (Anonby 2009.6). Os Mynky têm um caminhão para visitar Brasnorte pelo menos uma vez por semana. Um Irantxe, que mora com os Mynky, queixou que eles queriam montar uma barreira na estrada para impedir os filhos indo tanto para a cidade (Anonby 2009.7).

Artesanato:

Religião: Os Mynky praticam os rituais tradicionais (Anonby 2009.6). A iniciação dos jovens é associada com as flautas sagradas, as masculinas chamadas de Yetá e as femininas de Nadipu e usadas somente pelos homens e proibidas às mulheres e às crianças. Na iniciação os jovens são separados da aldeia por semanas na casa das flautas. Na época da derrubada eles oferecem uma roça a alguma mulher, que passa a cuidar dela. Os jovens voltam para a aldeia, já homens, enfeitados e pintados. O produto da roça é compartilhado com todos da aldeia. As flautas são tocadas na ocasião de casamentos. Na época da chuva realizavam as festas de flautas jacuri, feitas de tubas de taquara de tamanhos diferentes e as mulheres podem participar. As músicas são sobre diversos animais (Arruda 2003).

Cosmovisão:

Comentário: Um programa de desenvolvimento da língua terá pouco sucesso, devido a falta de interesse em preservar a língua. Uma estratégia melhor seria treinar os Irantxe comunicar melhor aos Mynky os conceitos do mundo de fora, usando o português de uma maneira mais sensitiva ao cultura (Anonby 2009.8).

Bibliografia:

  • ANONBY, Stan, 2009, ‘A Report on the Irantxe and Myky’, SIL Electronic Survey Report 2009-006, May 2009, SIL International.
  • ARRUDA, Rinaldo S V 2003, ‘Menky Monoki’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/menky-manoki
  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br
  • SIL 2014, Lewis, M Paul, Gary F Simons, and Charles D Fennig (eds) 2014. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com