Mawayana

David J. Phillips

Autodenominação: Mawayana significa ‘povo do sapo’ (Carlin 2012.314).

Outros Nomes:

População: 275 (DAI/AMTB 2010). Têm sidos contados com os Wai-wai e por isso é difícil sabe quantos são, exceto a comunidade no Suriname na qual quase cem dizem que são Mawayana (Carlin 2012.314).

Localização: AM, RO, Pará Vivem na fronteira entre o Brasil, o Guiana e o Suriname. Os Wai-wai vivem em três Terras Indígenas: T. I. Waiwai, RR, T. I. Trombetas/Maouera, AM/RR/PA, e T. I. Nhamundá-Mapuera, RR.

Língua: Wai-wai. A língua Mawayana da família arawak norte, é falada somente por dois velhos em um aldeia entre Trio e Wai-wai. É nome por Maopidyán (Aikhenvald 2012.90), mas tem apenas 10% semelhança semântica com esta língua (SIL). Falam Wai-wai entre si mesmos e Trio com os Trio.

História: É possível que a primeira informação dos Mawayana foi por Fray Francisco de San Marcos que que os chamou de ‘Mapoyena’ em1725. Depois o contato definitivo foi em 1841 por Robert Schomburgk que os descobriu a leste dos Parukoto e perto dos Taruma ou Saluma, um grupo que era considerado extinto no século XVIII, ainda existem alguns que falam a língua. Eles migraram-se do rio Negro depois 1732. Schomburgk visitou um assentimento Mawayana de 39 indivíduos em 1843, em contato constante com os Taruma, que eles tinham pedido mudar-se para perto. O cacique Taruma era também chefe dos Mawayana. Casamento interétnico era comum na época por causa da perda da populações devida às epidemias de sarampo e outras doenças. Também eram sempre associados com os Wai-wai (Carlin 2012.314).

No anos 1870 o Barrington Brown encontrou com um grupo de Mawayana e Taruma que mantinha comércio com os Wapishana e os Wai-wai. Os Taruma era centro da rede de comércio envolvendo a maioria dos povos indígenas da região nos últimos anos do século XIX, que incluiu os ‘Maroons’ ou Quilombolas no Suriname (Carlin 2012.314).

No princípio do século XX a população dos Mawayana era maior dos Taruma, estimada de ser aproximadamente 100 enquanto a dos Taruma era de 50. Nos anos 20 os Taruma eram considerados extintos e o Padre Cary-Elwe os aconselhou se casarem com os Wai-wai para sobreviver. Acrece da década 50 os Mawayana eram assimilados pelos Wai-wai. Hoje em dia o termo Wai-wai inclui sete grupos étnicos, cinco caribe: Parukoto, Shereo, Tunayana, Katuena e Karafawyana. Os Taruma, a língua não classificada mas ainda tem três pessoas que a falam. E Mawayana que são da família Arawak. A língua Wai-wai é uma língua franca para estes grupos, mas foram os Parukoto que contribuíram mais para a formação da língua (Carlin 2012.316).

Nos anos 60 um missionário norte americano levou alguns Mawayana, Tunayan e Katuena para evangelizar os Trio na aldeia Kwamalasamutu, na bacia do rio Sipaliwini, no Suriname. A comunidade Mawayana na aldeia consiste de 100 or mais pessoas, mas só três ainda falam sua língua. A maioria falam Trio ou Wai-wai e Trio (Carlin 2012.317).

Estilo da Vida: Os Mawayana vivem com os Wai-wai em grande aldeias. Durante a estação chuvosa as famílias passam a maior parte do tempo espalhadas nas roças mais distantes. As roças são preparadas pela broca, queimada e limpa em agosto e setembro. O plantio é feito entre janeiro e março por toda a comunidade. Plantam a mandioca brava, batata, algodão, abacaxi, banana, cana-de-açúcar, e mamão. Usam as roças pertos da aldeia na estação da seca. Os homens caçam anta, veado, porco do mato, macaco, mutum, jacamim, paca, cutia, jabuti, tucano arara. Usam espingardas, ou quando faltam munição usam arco e flecha. A pesca é também imprtante. A coleta de frutos silvestres como cajus, açaí, buriti, pupunha e a castanha do pará. A castanha do pará, canoas, farinha de mandioca são comerciados para comprar motores de popa, roupas, anzóis e linha, munição, sabão, sal, etc.. (Zea 2006).

Sociedade: Os Wai-wai se organizam na complementaridade entre os sexes. Sob influência missionária, novas normas foram instituídas: celibato pré-casamento, monogamia duradoura e ausência de divórcio.

Artesanato: Os homens fabricam cestos, pentes, adornos de plumária, arco e flechas. As mulheres confeccionam cerâmica, raladores de mandioca, tanga e colares de sementes. Os produtos são vendidos em Boa Vista (Zea 2006).

Religião: Estimado de ser 20% Cristão. Celebram as Festas de Natal e da Pascoa. Atualmente não há pajé wai-wai. mas de vez em quando há acusações de feitiçarias.

Cosmovisão:

Comentário: Em 1971, a Missão Evangélica da Amazônia recebeu um convite do comando da 1ª. Zona Aérea, para colocar missionários na região dos rios Cafuine e Anauá, onde pistas já haviam sido construídas em 1962. A Missão aceitou o convite e, com o apoio do comando da 1ª. Zona Aérea, um grupo de indígenas Wai-wai mudou-se para Anauá. Assim, em novembro de 1971, iniciou-se um posto no rio Anauá. A maioria dos Wai-wai nascida no Brasil, que havia mudado para a Guiana na década de 50, começa a voltar ao seu país, seguidos mais tarde, pelos Wai-wai que ainda estavam na Guiana, mudaram-se para o rio Mapuera, dando início a um novo posto, que passou a funcionar em 16 de novembro de 1976, com missionários da MICEB e da MEVA. Entre 1976 e 1978, os Wai-wai que estavam no rio Anauá decidiram mudar-se para a beira do rio Novo (Kaxmi). Com o passar do tempo, outras famílias foram chegando e fixando residência em Kaxmi e outras comunidades foram formadas: Jatapuzinho, Cobra, Anauá(aldeia nova), Catuau e Samaúma. A tradução da Bíblia é completa na língua Wai-wai (MEVA).

Bibliografia:

  • AIKHENVALD, Alexandra Y., 2012, ‘Language contact in language obsolescence’ in Dynamics of Contact-Induced Language Change, eds; Claudine Chamoreau e Isabelle Église, pag 77-110, Berlin/Boston: Walter de Gruyter GmbH &Co.
  • CARLIN, Eithne B., 2012, ‘Feeling the Need: The Borrowing of Cariban Functional Categories into Mawayana (Arawak)’ in Dynamics of Contact-Induced Language Change, eds; Claudine Chamoreau e Isabelle Église, pag 313-332, Berlin/Boston: Walter de Gruyter GmbH &Co.
  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –instituto.antropos.com.br.
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • SIL 2014, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Seventeenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: www.ethnologue.com.
  • ZEA, Evelyn Schuler, 2006, ‘Waiwai’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. pib.socioambiental.org/pt/povo/waiwai.