Tunayana

David J. Phillips

Autodenominação:

Outros Nomes: Oriximiná (DAI/AMTB 2010). Oriximiná é um município grande no noroeste do Estado do Pará, o nome é de origem tupi e significa o macho da abelha, o Zangão. A cidade está situada na margem esquerda da foz do rio Trombetas.

População: 70 (DAI/AMTB 2010), 107 (IBGE 2010).

Localização: Pará (DAI/AMTB 2010). Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana com 2 milhões ha, no municípios de Nhamundá (AM), Oriximiná (PA) e Faro (PA), identificada e delimitada pela FUNAI em dezembro de 2015, e sujeita a contestação, com diversas etnias e com a presença de índios isolados, uma população total de 575 pessoas em 17 aldeias (IBGE 2010). Os Tunayana vivem no rio Turuni (FUNAI 20/10/2015).

Língua: Tunayana (DAI/AMTB 2010).

História: Os diversos povos indígenas inclusive os Turayana viviam na região da Terra Indígenas desde o século XVIII, mas sofreram um tempo de esvaziamento demográfico no final da década de 1960. Muitos do Tunayana morreram devido a uma grande epidemia de varíola e sarapó. Acerca de 1960, missionários evangélicos levaram boa parte dos Tunayana para uma missão no Suriname. Mas tarde, alguns deles foram levados para uma Missão Tiriyó, no Parque do Tumucumaque, reunindo-se aos índios Tiriyó. Era um ambiente de savana e os Turayana não perderam seu desejo regressar a seu território tradicional que era de floresta. Na década de 1990 regressaram do Suriname e dos Tiriyó para a área da T. I., o meio ambiente do território é muito preservado (FUNAI 20/10/2015).

A FUNAI publicou no Diário Oficial da União em 20/10/2015 sobre a T.I. Kaxuyana-Tunayana, delimitada com uma área de 2 milhões de hectares. A aliança indígena-quilombola de Oriximiná formada em 2012 articula os direitos dos seus povos. Lançou o livro Entre águas brava e mansas. Índios e quilombolas em Oriximiná pela CPI-SP em 2015 (Comissão Pró-Índio de São Paulo). Os povos indígenas que lá vivem na regão são conhecidos como Waiwai, Katxuyana, Hixkariyana, Inkarïnyana, Kahyana, Tunayana, Txikiyana, Kamarayana, Karafawyana, Mawayana, Okomoyana, Pirixiyana, Txarumayana, Xerewyana, Xowyana, Katwuena, Farukoto, Zo’é e contam com uma população em torno de 4,300 pessoas distribuídas em 47 aldeias, em quatro Terras Indígenas: três já demarcadas e uma em processo de regularização (TI Katxuyana-Tunayana). Os quilombolas vivem em comunidade nas margens do rio Trombetas.

Em dezembro de 2015 a aliança encontrou com as representantes federais e estaduais para agilizar os processos da FUNAI pela regularização da Terra Katxuyana-Tunayana e outras terras dos quilombos Alto Trombetas 1 e 2. Também na discussão foi os projetos de construir hidrelétrica no rio Trombetas que implicariam a inundação de terras indígenas e quilombolas (MPF/PA – www.prpa.mpf.mp.br 07/12/2015). Também um acordo entre os quilombolas e os indígenas foi feito sobre cinco aldeias indígenas em território da quilombos, inclusive o uso dos castanhais presentes (www.g1.globo.com). Um estudo ambiental foi feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do Ministério de Minas e Energia, para uma hidrelétrica em Cachoeira Porteira que abrange os cursos baixos dos rios Trombetas, Cachorro e Mapuera, projetada a fornecer 2 mil MW.

Estilo da Vida: A Terra Indígena é de duas formas irregulares, ligadas por uma parte estreita perto da comunidade quilombola de Cachoeira Porteira. A parte do norte está entre a margem direita do rio Trombetas e a a margem esquerda do rio Cachorro. A parte sudoeste incluí a margem direta do rio Mapuera e é atravessada pelo rio Namhamundá.

Sociedade: Há uma intensa circulação de pessoas entre as 17 aldeias devido à rede de alianças matrimoniais e pela realização de festa e rituais. Os Tunayana participam nesta unidade cultural e territorial.

Artesanato:

Religião: Sem informações.

Cosmovisão:

Comentário: Alguma influencia evangélica da MEVA.

Bibliografia:

  • DAI/AMTB 2010, ‘Relatório 2010 – Etnias Indígenas do Brasil’, Organizador: Ronaldo Lidório, Instituto Antropos –http://instituto.antropos.com.br/
  • EQUIPE de Edição da Enciclopédia, 2014, noticias, ‘Tunawana’, Povos Indígenas do Brasil, Instituto Socioambiental, São Paulo. http://pib.socioambiental.org/pt/povo/tunawara/
  • HEMMING, John, 2003, Die If You Must – Brazilian Indians in the Twentieth Century, London; Pan Macmillan.
  • SIL 2015, Lewis, M. Paul, Gary F. Simons, and Charles D. Fennig (eds.). 2014. Ethnologue: Languages of the World, Eighteenth edition. Dallas, Texas: SIL International. Online version: http://www.ethnologue.com